O ex-presidente Michel Temer (MDB) sugeriu nesta quarta-feira (17) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convoque toda a imprensa para uma entrevista coletiva em que o mandatário reconheceria ter apostado equivocadamente contra a urgência da vacinação contra a Covid-19 e a adoção de medidas restritivas à circulação de pessoas.
"O presidente Bolsonaro está em um grande momento para modificar a postura anterior dele, com um novo ministro da Saúde, a situação de crise se agravando, a pandemia em fase um, dois, três apavorando o País todo", afirmou o emedebista em entrevista à CNN Brasil.
Na visão de Temer, seria importante o atual chefe do Planalto fazer uma nova reunião com todos os governadores e o Congresso Nacional para defender que todos se unam no combate à pandemia.
Desde a chegada do coronavírus ao Brasil, Bolsonaro reiterou ataques a prefeitos e governadores que restringem o comércio e a circulação de pessoas como prevenção ao contágio pela covid-19 e insistiu na narrativa, comprovadamente falsa, de que o Supremo Tribunal Federal (STF) teria tirado o poder do Executivo federal na definição de medidas para enfrentar a pandemia.
Temer também defendeu que Bolsonaro faria um gesto de grande significado e daria o exemplo se, quando chegar a fase destinada a sua faixa etária, se vacinar em público para estimular a adesão da população à campanha nacional.
Apesar dos conselhos, o ex-presidente reconheceu o "momento difícil" para o governo Bolsonaro. "Alardeou-se que haveria poucos óbitos e, lamentavelmente, o número de mortes vem crescendo e se anuncia que crescerá ainda mais", disse.
Questionado sobre como o retorno político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), novamente elegível, mexe com o tabuleiro eleitoral de 2022, Temer sustentou que não se deve abandonar a ideia de uma candidatura de centro que se coloque como alternativa ao que ele chamou de "dois radicalismos".
"Não sem razão, o ex-presidente Lula tem se manifestado com gestos que visam a aproximação do que se costuma chamar de centro. Mas não é improvável a existência de uma terceira candidatura", relatou Temer.
O emedebista também comentou a expectativa pela filiação do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) a seu partido. "O Rodrigo vai colaborar muito com o MDB com a experiência ao longo do tempo e de presidente da Câmara", disse
O sucessor de Dilma Rousseff (PT) após o impeachment da petista em 2016 informou, ainda, que o MDB só vai tomar posição sobre a eleição presidencial no ano que vem. "É muito apressado dizer se o MDB vai para um lado ou outro. Temos que tratar de 2021, de a combater pandemia", disse.
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