O ministro da Educação, Abraham Weintraub, utilizou sua conta no Twitter neste domingo, 24, para se manifestar com relação à repercussão de suas declarações durante reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro, dia 22 de abril.
"Tentam deturpar minha fala para desestabilizar a Nação. Não ataquei leis, instituições ou a honra de seus ocupantes. Manifestei minha indignação, LIBERDADE democrática, em ambiente fechado, sobre indivíduos. Alguns, não todos, são responsáveis pelo nosso sofrimento, nós cidadãos", escreveu Weintraub.
Na sexta-feira, 22, o ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, liberou a divulgação de vídeo da reunião entre o presidente Bolsonaro e ministros. A reunião ministerial e mensagens enviadas por celular foram citadas pelo ex-ministro Sérgio Moro como prova da tentativa de interferência do presidente Bolsonaro na Polícia Federal.
Durante a reunião, Weintraub chegou a dizer: "Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF". Ao levantar o sigilo do vídeo da reunião, o decano do STF apontou aparente "prática criminosa" na conduta de Weintraub, "num discurso contumelioso (insultante) e aparentemente ofensivo ao patrimônio moral" em relação aos ministros da Corte. Para Celso de Mello, a declaração de Weintraub põe em evidência "seu destacado grau de incivilidade e de inaceitável grosseria" e configuraria possível delito contra a honra (como o crime de injúria).
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse nesse sábado, 23, ao Estadão que ficou perplexo com o vídeo da reunião ministerial do presidente Jair Bolsonaro com o primeiro escalão do governo, marcada por palavrões, ameaças e ataques a instituições. E citou Weintraub: Tudo lamentável, ante a falta de urbanidade. Fiquei perplexo. O povo não quer circo. Quer saúde, emprego e educação. Fosse o presidente (da República), teria um gesto de temperança. Instaria o Ministro da Educação a pedir o boné. Quem sabe?
Também no sábado, parlamentares da Rede, do PDT e do PSB entraram com representações junto ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria-Geral da República pedindo que sejam abertos inquéritos para apurar possíveis crimes cometidos pelos ministros Weintraub, Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) durante a reunião ministerial de 22 de abril.
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