O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, fez um discurso em defesa de Augusto Aras, procurador-geral da República, na manhã desta segunda-feira (8).
Na abertura de um evento do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ele disse que o PGR é vítima de críticas injustas e tem atuado para não trazer problemas.
Sem dar nomes, o presidente do STF afirmou que Aras age com parcimônia, firmeza, liderança, prudência e altivez, mas sem cair na vaidade e sem fazer holofotes, como "infelizmente" ocorria num passado recente.
O procurador-geral tem sido criticado e cobrado internamente por uma postura mais enérgica em relação a possíveis crimes cometidos por Bolsonaro e ministros e quanto às ações do governo contrárias à política de isolamento social no combate à pandemia do coronavírus.
Cabe a Aras também apresentar ou não denúncia contra o presidente após a investigação que apura se ele interferiu politicamente na Polícia Federal, como acusou o ex-ministro Sergio Moro.
Diante desse clima, um manifesto assinado por mais de 600 integrantes do Ministério Público Federal pede uma mudança na Constituição para obrigar o presidente da República a escolher para a chefia da Procuradoria um nome a partir de uma lista tríplice, escolhida em votação pela categoria.
Bolsonaro, por sua vez, já elogiou Aras publicamente, disse que ele está fazendo um trabalho "excepcional" e que poderia indicá-lo a uma vaga no STF. Além disso, concedeu a Aras uma homenagem, uma comenda da Marinha.
Leia o discurso de Toffoli:
Aqui também fica o nosso agradecimento, o nosso respeito às funções essenciais da Justiça, a começar pelo senhor procurador-geral da República que tem sido uma pessoa que, neste momento por que o país passa, tem tido muita prudência, tem atuado com muita parcimônia, tem atuado do ponto de vista a não trazer problemas, exercendo as suas funções também tenho que dar o meu testemunho, exercendo as suas funções com altivez, com firmeza, com liderança, mas sem como num passado infelizmente recente fazer holofotes.
E assim que tem que ser, tem que atuar nos autos, atuar sem fazer muita chama ou iluminação, tem que atuar com o que há nos autos. Não é por meio da mídia, não é por meio de discursos que as coisas se resolvem. As coisas se resolvem com atuação concreta, com o que existe de concreto nos feitos.
Vossa Excelência, fica aqui o meu testemunho da firmeza, da coragem de atuação e, mais do que nunca, de não cair na vaidade que outros no passado caíam, de achar que o holofote é a solução, quando não é. É o trabalho, é a dedicação, é o conteúdo, é a defesa da instituição e é o que Vossa Excelência vem fazendo. Fica aqui a nossa solidariedade em relação a críticas injustas que lhe foram dirigidas, dr. Augusto Aras, e saiba do meu respeito e da minha admiração pessoal e institucional pelo trabalho de Vossa Excelência e de sua equipe".
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