O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), avaliou na manhã desta quinta-feira (1º) que a mudança do comando do Ministério da Defesa é normal e obedece a critério de escolha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em conversa com o jornal Folha de S.Paulo, Lira salientou que alterações na equipe ministerial são uma prerrogativa do presidente e que as instituições públicas funcionam com normalidade no país. "A troca de ministros é normal. É um processo que está dentro do critério de escolha do presidente", afirmou.
Na segunda-feira (29), Bolsonaro demitiu o então ministro da Defesa Fernando Azevedo e, para o seu lugar, anunciou o general da reserva Walter Braga Netto. A saída se deu após o ministro não ter cedido à pressão do presidente para que as Forças Armadas se manifestassem em público a favor do governo.
No dia seguinte à mudança, os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica também caíram, o que causou a maior crise militar no país desde a demissão do então ministro do Exército, Sylvio Frota, em 1977 pelo então presidente Ernesto Geisel.
Inicialmente, a intenção de Bolsonaro era colocar à frente do Exército um nome afinado ao seu governo e que tivesse uma postura contrária às medidas de restrição decretadas por estados e municípios contra o coronavírus. As mudanças abruptas, contudo, geraram reação negativa nas Forças Armadas.
Para evitar agravar a crise, Bolsonaro recuou e, na quarta-feira (31), Braga Netto utilizou o critério da antiguidade de carreira para selecionar os novos comandantes das Forças Armadas. A favor de medidas de restrição, o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira foi escolhido, por exemplo, para comandar o Exército.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro Marco Aurélio, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), classificou como "ruim" a mudança realizada pelo presidente na Defesa e nas Forças Armadas, mas não vê risco à democracia.
Para o magistrado, as substituições geram insegurança. "A repercussão é ruim porque, principalmente considerando o leigo, gera insegurança, insegurança jurídica, e para viver em sociedade nós precisamos de segurança", afirmou.
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