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TSE cogita suspender justificativa de ausência por aplicativo no dia das eleições

TSE cogita suspender justificativa de ausência por aplicativo no dia das eleições

Medida pode ser adotada pelo tribunal como forma de diminuir as abstenções nas próximas eleições

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 20:44

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BRASÍLIA - Com o objetivo de desincentivar a abstenção durante as eleições, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) cogita a possibilidade suspender a justificativa de ausência pelo aplicativo e-Título nos dias das votações.

A eventual medida foi mencionada pela presidente do órgão, a ministra Cármen Lúcia, em cerimônia de apresentação do Relatório de Avaliação das Eleições 2024, nesta segunda-feira (9).

Carmén Lúcia, presidente do TSE
Cármen Lúcia disse que TSE fará campanhas para incentivar as pessoas com mais de 70 anos a votar. (Luiz Roberto/TSE)

Segundo ela, a hipótese é de que seja proibida "apenas a utilização da justificativa no dia". "Pode ser que no dia [da eleição] a gente diga que a justificativa não será feita, será feita depois, até para dar um tempo para a pessoa pensar [se quer mesmo deixar de votar]", disse Cármen.

A ministra afirma que a medida, entre outras, ajudaria a impedir que pessoas sejam incentivadas a irem a cidades vizinhas e justificarem no aplicativo que não estão no local de votação, ou que deixem de votar porque está chovendo, por exemplo.

"Voto é direito e dever. Dever com a sociedade, dever com todo mundo", afirma. A presidente do tribunal, no entanto, diz que não pretende discutir o aumento da multa dos ausentes nas eleições. A multa para quem não vai votar hoje é de R$ 3,51 por turno.

No segundo turno deste ano, a alta abstenção preocupou o TSE e entidades que acompanharam a organização do pleito no Brasil. Dos 33,9 milhões de eleitores das 51 cidades que tiveram disputa no dia 27, mais de 9,9 milhões faltaram à votação.

O montante equivale a 29,26% do total. É próximo ao registrado no segundo turno de 2020 (29,53%), quando o pleito foi realizado durante a pandemia da Covid-19. Mas supera o da eleição municipal de 2016 (21,55%).

No relatório elaborado pelo TSE sobre a eleição deste ano, são apontadas diversas hipóteses para os números da abstenção.

Uma delas é a de que "interferiu a facilidade de justificativa da ausência, até mesmo pelo uso de dispositivo disponibilizado pela Justiça Eleitoral, o que haverá de ser revisitado considerando-se que o voto é obrigatório".

Outro ponto levantado por Cármen e pelo relatório do TSE é o de não permitir a possibilidade de mudanças de feriados próximos aos dias de votação que levem os eleitores a deixarem as cidades.

"Dentre os fatores objetivos que contribuem para a abstenção, destacam-se situações como viagens para outros estados, municípios ou até para o exterior, que impedem o eleitor de comparecer ao local de votação", diz o texto.

"Nesse item, deve ser considerada a data da eleição, especialmente no segundo turno, onde houver, que tem sido objeto de manipulação com feriado nacional no primeiro dia de novembro e ponto facultativo."

O TSE também demonstrou preocupação com a abstenção entre os eleitores de mais de 70 anos, cujo voto é facultativo. Cármen afirmou que o órgão deve fazer campanhas para incentivar esse público a votar, assim como já faz com os eleitores jovens.

De acordo com os dados do TSE, "o número de eleitores com 70 anos ou mais tem aumentado constantemente". "Entre 2012 e 2024, o número de eleitores dessa faixa etária saltou de 10.043.487 para 15.208.667, representando aumento de 51,42%", diz o relatório do órgão.

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