O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) avalia aumentar o horário de votação em pelo menos uma hora nas eleições municipais deste ano. A medida é avaliada para reduzir a possibilidade de filas e aglomerações em meio à pandemia de Covid-19. Nas últimas eleições, o horário de votação ocorreu das 8 horas às 17 horas. Agora, de acordo com o presidente do tribunal, ministro Luis Roberto Barroso, o horário deverá ser ampliado em pelo menos uma hora, com limite até 18 horas.
O tribunal chegou a sugerir um horário ainda mais ampliado, mas cortes estaduais apontaram para um risco à segurança dos eleitores e problemas com o transporte público no período noturno em algumas cidades.
O horário dependerá de uma consultoria técnica no TSE. A definição deverá ocorrer ainda em agosto. "Ainda não batemos o martelo. O que fizemos foi solicitar um estudo ao setor de estatística do Tribunal Superior Eleitoral para calcular a saturação em cada uma das seções eleitorais no sentido de impedir a formação de filas e aglomerações", disse Barroso em entrevista coletiva.
Além de ampliar o período em que as pessoas podem ir às urnas, a Justiça Eleitoral vai sugerir que apenas os eleitores com mais de 60 anos, parte do grupo de risco do novo coronavírus, votem no período da manhã. Essa medida, porém, será apenas uma orientação e não haverá obrigatoriedade.
O ministro confirmou que as eleições neste ano, marcadas para 15 e 29 de novembro, não contarão com a identificação biométrica. O uso dos aparelhos poderia aumentar o risco de contaminação entre as pessoas. O tema não precisará ser levado ao plenário, pontuou.
O eleitorado brasileiro terá, nas eleições de 2020, um total de 83,7 milhões de cidadãos entre 35 e 70 anos, que obrigatoriamente devem ir às urnas. O número mostra a tendência de aumento da participação dos mais velhos no eleitorado. A participação dessa faixa etária foi de 53% nas últimas eleições municipais, em 2016, para 56% neste ano.
O perfil dos eleitores no país foi divulgado por Barroso nesta quarta-feira. Nos últimos quatro anos, o eleitorado brasileiro cresceu 2,6%. O número de brasileiros aptos a votar foi de 144 milhões, há quatro anos, para 147,9 milhões.
O total de eleitores aptos a votar neste ano não considera o Distrito Federal e Fernando de Noronha, que não têm eleições municipais, nem os eleitores registrados no exterior que votam apenas nas eleições nacionais. Mesmo assim, o número posiciona o Brasil como a quarta maior democracia do mundo, atrás da Índia, dos Estados Unidos, e da Indonésia.
A tendência de envelhecimento do eleitorado já havia sido identificada nos últimos levantamentos do TSE, divulgados sempre em anos eleitorais. Nos últimos quatro anos, o número de eleitores entre 16 e 17 anos diminuiu de 2,3 milhões para pouco mais de 1 milhão. Já a quantidade de eleitores acima dos 70 anos foi de 11,3 milhões para 13,5 milhões no mesmo período.
"Esses números documentam e comprovam, de maneira relevante, um certo envelhecimento da população brasileira", registrou Barroso durante a apresentação do balanço.
O número de mulheres que poderão votar neste ano supera o de homens em mais de 7 milhões. Elas representam 52,5% do eleitorado, com 77,6 milhões de cidadãs, e os homens são 47,5% do total com 70,2 milhões. Para Barroso, a informação "justifica e legitima a política implantada pelo Congresso Nacional de reserva de pelo menos 30% (para mulheres".
Alguns Estados da região Norte teve um dos maiores aumentos no número de eleitores desde as últimas eleições municipais. Amazonas tem hoje 7,8% mais eleitores do que em 2016, e o Pará teve aumento de 6%. Apenas o Tocantins teve uma ligeira queda no número de eleitores, de -0,17% nos últimos quatro anos.
A cidade de São Paulo segue como o maior colégio eleitoral do país, com quase 9 milhões de eleitores. O menor é Araguainha (MT), com 1 mil.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta