SÃO PAULO E BRASÍLIA - A sessão da CPMI do 8 de janeiro chegou a ser suspensa por 15 minutos nesta terça-feira (20) após um bate-boca generalizado. Interrompida diversas vezes enquanto interrogava Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a relatora dos trabalhos, Eliziane Gama (PSD-MA), mandou o deputado federal bolsonarista Éder Mauro (PL-PA) calar a boca.
"Vá gritar em outro lugar, aqui não. Cale sua boca. Respeite essa comissão. Cale a boca. Não vou aceitar isso na comissão", afirmou a senadora, reclamando que Mauro não é sequer membro da CPI mista.
Diretor-geral da PRF no governo de Jair Bolsonaro, Vasques afirmou à CPI que a corporação é alvo da "maior injustiça" da história e negou que a corporação tenha atuado para prejudicar eleitores de Lula no dia do segundo turno das eleições.
Primeiro depoente da CPMI, Vasques foi convocado por causa das fiscalizações em rodovias federais no segundo turno das eleições. A suspeita é a de que, sob comando dele, a PRF tenha tentado dificultar a chegada de eleitores do hoje presidente e então candidato Lula às urnas.
"Isso não é verdade. Porque é no Nordeste brasileiro é que temos nove Estados, nove superintendências. Temos a maior estrutura da PRF no Brasil, a maior quantidade de unidades da PRF", afirmou em depoimento.
"Nos Estados do Nordeste estão lotados o maior efetivo da instituição [PRF] e lá está a maior malha viária de rodovias federais. O maior número de acidentes e a maior frota de ônibus no Brasil", completou, negando que a corporação tenha tentado atrapalhar eleitores.
Desde o ano passado, o ex-diretor da PRF é investigado por três atos, todos relacionados a um possível favorecimento ao ex-presidente Bolsonaro durante a campanha eleitoral. Ele foi exonerado do cargo no dia 20 de dezembro.
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