SÃO PAULO - As chuvas intensificada pela passagem de um ciclone extratropical na Região Sul do país deixaram milhares de animais mortos e dezenas desaparecidos, em meio à devastação causada pelas enchentes. Apenas no município de Estrela, no interior do Rio Grande do Sul, a prefeitura diz que mais de 30 mil aves morreram em um só aviário, além de cerca de 40 bois e vacas em toda a cidade.
Além disso, dezenas de animais estão desaparecidos após terem sido levados pela correnteza do rio Taquari, que transbordou por causa das chuvas. O número de pessoas mortas chegou a 39 no estado, e o número total de vítimas, a 40, após uma morte também ter sido registrada em Santa Catarina.
Na tarde desta quinta-feira (7), uma vaca foi resgatada do telhado de uma casa em Estrela, depois de ficar horas ali. Ela foi levada pela força da água na noite anterior. Um vídeo mostra o animal andando em cima do telhado, logo após o dono chamar por Mimosa.
Pouco depois da gravação, parte do telhado cedeu e o animal ficou preso entre as telhas e vigas de madeira da casa. O trabalho de resgate foi dificultado por árvores ao redor da casa que impediam a aproximação de um guindaste.
O dono de Mimosa diz, em outro vídeo, que dois de seus bezerros morreram em decorrência da chuva. Ele não se identificou.
Ainda segundo a prefeitura, os bombeiros conseguiram resgatar a vaca e ela passa bem. Moradores do município teriam reclamado da atenção dada pelo Corpo de Bombeiros ao caso, uma vez que a cidade tem cerca de 600 pessoas desabrigadas.
Um produtor rural disse à prefeitura que 25 bovinos foram levados pela correnteza. Nas redes sociais, a prefeitura compartilhou mensagens de moradores relatando o desaparecimento de éguas e de um cachorro encontrado na cidade, de quem não se sabe quem é o dono.
No aviário onde 30 mil frangos morreram, a gestão do município fez uma vistoria sanitária e auxiliou o dono do imóvel a enterrar as aves, segundo o secretário municipal de Agricultura, Douglas Sulzbach.
"Outros dois aviários relataram morte de aves e estamos contabilizando. E também houve perda de equipamentos tratores, e muitas lavouras de trigo e milho que ficaram submersas", disse Sulzbach. "As perdas são incalculáveis."
O secretário diz que a maior necessidade dos desabrigados por enquanto é por doações de comida e água.
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