Todos os Estados e o Distrito Federal receberão cerca de 1,5 milhão de doses da vacina contra a Covid-19, com entregas previstas até terça-feira (10). Esse lote faz parte de mais de 8 milhões de doses adquiridas para manter os estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) abastecidos por até seis meses. A expectativa é entregar 5 milhões de doses até o final de dezembro.
O anúncio foi feito após levantamento da Folha de S.Paulo mostrar estoques zerados ou reduzidos em 18 Estados. A pasta afirma que a quantidade é suficiente para o próximo semestre. A nova entrega inclui lotes atualizados contra a cepa JN.1 do vírus.
As 1,5 milhão de doses distribuídas são da vacina da Serum, que chega pela primeira vez aos Estados. Estudos de fase 3 mostraram segurança e eficácia de 90% contra casos sintomáticos em adultos, além de vantagens como maior prazo de validade, transporte e conservação simples (2°C a 8°C).
A vacina da Zalika Farmacêutica, já usada nos EUA e Reino Unido, será aplicada no Brasil em pessoas a partir de 12 anos, faixa etária aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 22 de novembro. Crianças abaixo dessa idade continuarão recebendo a vacina de RNA mensageiro da Pfizer.
As vacinas foram adquiridas em pregão de 69 milhões de doses, concluído neste semestre, garantindo abastecimento por dois anos. As entregas serão feitas de forma parcelada pelos fabricantes, conforme a adesão da população.
Desde outubro, Estados se queixam da baixa entrega dessas vacinas para o SUS (Sistema Único de Saúde). A reportagem da Folha mostrou imunizantes vencidos, redução de entrega aos Estados e municípios e especialistas que apontam desorganização da pasta.
No Rio Grande do Sul, o último estoque para o público abaixo dos 12 anos havia sido entregue pela Saúde em junho. Em Minas Gerais e Ceará, a última entrega foi em julho de 2024.
A falta de doses ocorre no mesmo ano da inserção da vacina contra Covid no calendário nacional de vacinação infantil. Para cumpri-lo, a Saúde havia anunciado um contrato com laboratórios para a aquisição de 70 milhões de vacinas.
Apesar disso, mais de 4 milhões delas venceram ou precisaram ser trocadas ao longo do ano, número equivalente a um terço das 12,5 milhões adquiridas do laboratório Moderna.
Para as secretarias de saúde, o Ministério deveria adotar uma agenda única de imunização em vez de mantê-la ao longo do ano -como na campanha para a vacinação anual contra a gripe.
Em nota, o diretor do PNI (Programa Nacional de Imunizações), Eder Gatti, justifica que a estratégia foi adotada devido a Covid não ser uma doença sazonal, ou seja, com ocorrências todos os meses.
Na última segunda (25), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, convocou uma coletiva para defender que "a vacinação é prioridade máxima" e que o PNI (Programa Nacional de Imunizações) distribui cerca de 300 milhões de vacinas anualmente para todos os municípios brasileiros. "Não se pode falar de desabastecimento de vacina no Brasil", disse.
O Ministério da Saúde também enviou um documento aos Estados que orienta a estratégia de vacinação contra a Covid-19, inclusive como as novas vacinas devem ser aplicadas.
Agora, assim como a vacinação de crianças, a vacina Covid-19 a vacinação contra Covid-19 agora integra o calendário nacional para gestantes e idosos. Gestantes receberão uma dose por gestação, e idosos, uma dose a cada seis meses. Essa atualização reflete o compromisso do Ministério da Saúde com a proteção da população brasileira.
Os demais grupos prioritários serão considerados vacinação de grupos especiais, realizada periodicamente em qualquer sala de vacina.
Os grupos especiais recebem uma dose periódica, sendo a cada 6 meses para imunocomprometidos e a cada ano para os demais grupos.
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