O presidente da Pfizer Brasil, Carlos Murillo, disse que é possível começar a vacinação quase imediatamente após um registro emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Segundo ele, a empresa se compromete com a entrega das doses até os pontos de vacinação a serem definidos pelo governo, e não apenas descarregar as doses num aeroporto, por exemplo. Também disse que a empresa tem contêineres capazes de transportar as vacinas na temperatura necessária (-70ºC) para armazenar as doses por até 30 dias.
"A companhia está trabalhando e entende a importância e complexidade logística por trás disso. A oferta da companhia é que a vacina seja entregue aos pontos de vacinação, que têm que ser trabalhados e acordados com os governos. É esse ponto que ainda teremos que trabalhar com o Ministério da Saúde", disse Murillo em debate na Câmara sobre a situação do imunizante da empresa.
O Ministério da Saúde informou na noite de segunda-feira (7) que está negociando a compra de 70 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela americana Pfizer com a alemã BioNTech.
O memorando de intenção deve ser assinado ainda nesta semana. Depois, a empresa precisa da autorização da Anvisa para que o contrato seja efetivamente firmado.
O anúncio surpreendeu porque os próprios técnicos do Ministério da Saúde ressaltavam a dificuldade de incorporação do imunizante ao plano de vacinação nacional, devido às dificuldades de armazenagem em temperaturas muito baixas.
Na logística brasileira não há, hoje, ultracongeladores para isso na chamada Rede de Frio, do Programa Nacional de Imunização brasileiro.
Hoje, o padrão de manutenção de vacinas no mundo é feito em refrigeradores, com temperaturas que variam entre 2°C e 8°C. É o que encontramos nas geladeiras caseiras.
As imunizações contra a febre amarela e a poliomielite, especificamente, exigem armazenamento em temperaturas mais baixas (-15ºC a -25ºC), em equipamentos como os freezers científicos. Antes de serem ministradas, as duas vacinas migram para a temperatura "padrão" dos refrigeradores, de 2°C e 8°C, onde podem ficar por até um mês.
Também na segunda-feira, o Ministério da Saúde anunciou a liberação de R$ 59,4 milhões para PNI (Programa Nacional de Imunização) para enfrentar a Covid-19 com a compra de equipamentos de refrigeração para armazenar vacinas.
Segundo a pasta, os recursos foram instituídos em caráter excepcional e temporário, por meio de portaria publicada nesta segunda, no DOU (Diário Oficial da União).
O dinheiro será repassado a todos os estados em parcela única para a aquisição dos equipamentos. De acordo com a pasta, as CIBs (Comissões lntergestores Bipartite) -entre estado e município- e o colegiado de gestão de saúde do Distrito Federal definirão as unidades a serem beneficiadas, como entre salas de vacinas dos municípios com mais de 100 mil habitantes, centrais de rede de frio de instâncias municipais, regionais e estaduais. A entrega dos equipamentos será feita diretamente pelos estados a municípios.
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