O ex-diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo afirmou em depoimento nesta segunda-feira (11) que nunca formalizou um pedido de exoneração do seu cargo, ao contrário do que registrava seu decreto de exoneração assinado pelo presidente Jair Bolsonaro. Em seu depoimento, obtido pelo jornal "O Globo", o ex-diretor relatou ter recebido um telefonema de Bolsonaro na véspera de sua demissão avisando-o que iria constar que a exoneração foi "a pedido" dele próprio.
Segundo o relato de Valeixo, por meio de um telefonema, Bolsonaro lhe indagou "se concordava que sua exoneração fosse publicada como 'a pedido'".
O ex-diretor relatou que, na ocasião, concordou com a exoneração a pedido. Em seguida, afirma que o então ministro da Justiça Sergio Moro lhe disse que estava tentando obter um compromisso de que fosse indicado como seu substituto o delegado Disney Rosseti, seu número dois na PF, para que ele pudesse formalizar o pedido de exoneração, o que não chegou a ocorrer. "Nunca houve formalização do pedido de exoneração", afirmou Valeixo no depoimento.
A CNN Brasil também obteve o depoimento, que tem 11 páginas transcritas. Valeixo contou ainda que Bolsonaro disse que queria alguém no comando da PF com quem tivesse mais afinidade e que o presidente pressionou pela troca da chefia da superintendência no Rio, sem uma razão técnica que justificasse a mudança, uma vez que o desempenho da superintendência era satisfatório.
O ex-diretor-geral da PF, no entanto, disse que, no entender dele, o presidente não solicitou informações sobre investigações específicas.
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