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Veja as derrotas recentes da Operação Lava Jato

Veja as derrotas recentes da Operação Lava Jato

Supremo concluiu mais uma etapa do julgamento que representou uma derrota para operação

Publicado em 3 de outubro de 2019 às 08:34

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STF julga ação que pode anular condenações da Lava Jato e beneficiar Lula. (TV Justiça)

AGÊNCIA FOLHAPRESS - Nesta quarta (2), o Supremo concluiu mais uma etapa do julgamento que representou uma derrota para a Lava Jato. Por 7 votos a 4, a corte definiu que um rito processual adotado em parte das ações penais da operação pode levar à anulação de condenações.

Isso pode anular, entre outras, a sentença do ex-presidente Lula (PT) no caso do sítio de Atibaia (SP). Ele foi condenado em primeira instância por corrupção e lavagem de dinheiro e recorre da decisão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 

Essa não foi a primeira batalha perdida pela força-tarefa no Supremo. Em março, por exemplo, o tribunal definiu que crimes de corrupção, quando associados a caixa dois, devem ser julgados na Justiça Eleitoral, e não mais pela Justiça comum, como vinha ocorrendo com os casos da Lava Jato. 

Abaixo, veja outras derrotas da força-tarefa no STF.

DELATORES VERSUS DELATADOS

Nesta quarta (2), o Supremo decidiu que, em um processo com réus delatores e delatados, os delatados têm o direito de falar por último -em termos técnicos, devem oferecer suas alegações finais depois dos réus delatores. Esse foi o mesmo entendimento da Segunda Turma do tribunal em julgamento de agosto que anulou pela primeira vez uma condenação do ex-juiz Sergio Moro no âmbito da Lava Jato.

A decisão pode levar à anulação de outras sentenças da operação, entre elas a que condenou em primeira instância o ex-presidente Lula (PT) por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia (SP).

USO DE DADOS DO COAF

A pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), o presidente do STF, Dias Toffoli, suspendeu investigações criminais baseadas em informações detalhadas fornecidas por órgãos de controle --caso do Coaf, Banco Central e Receita Federal.

A Lava Jato afirmou que, embora não consigam quantificar quantas investigações serão afetadas, considera a decisão prejudicial para apurações de corrupção e lavagem de dinheiro.

CRIME ELEITORAL E CRIME COMUM

Em março, o Supremo decidiu que crimes comuns, como corrupção e lavagem de dinheiro, quando associados a crimes eleitorais, como caixa dois, devem ser julgados pela Justiça Eleitoral. O resultado foi uma derrota para os procuradores da Lava Jato, que defendiam a separação do processo (a parte referente a crimes eleitorais caberia à Justiça Eleitoral e o restante seria julgado pela Justiça comum).

Para membros da Procuradoria, a decisão do STF prejudica a Lava Jato, uma vez que muitos dos processos ligados à operação envolvem a combinação entre caixa dois e corrupção.

INQUÉRITO DAS FAKE NEWS

O presidente do STF, Dias Toffoli, abriu em março um inquérito para apurar fake news, ameaças e ofensas criminosas contra membros do tribunal e seus familiares. A investigação, que tramita em sigilo, tem o ministro Alexandre de Moraes como relator.

O anúncio foi visto com maus olhos pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Procuradores acreditavam que entre possíveis alvos estariam membros do Ministério Público que teriam, na visão de alguns ministros, incentivado a população a ficar contra decisões do Supremo.

O alvo mais recente do inquérito foi o ex-procurador-geral Rodrigo Janot. Na semana passada, Moraes determinou uma operação de busca e apreensão na casa do ex-procurador, que disse em entrevista que planejou matar o ministro Gilmar Mendes. Na ação da PF, sua arma foi apreendida.

Em março, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu, a pedido da Procuradoria-Geral, o acordo que previa a criação de uma fundação com parte dos R$ 2,5 bilhões recuperados da Petrobras, pagos graças a um acordo da estatal com o governo americano. A ideia inicial da força-tarefa era que a entidade de direito privado, a ser criada em processo coordenado pela Procuradoria em Curitiba, financiasse projetos anticorrupção.

Moraes também determinou o bloqueio dos valores sob tutela da Justiça Federal do Paraná e condicionou qualquer movimentação a autorização do Supremo. Em setembro, o ministro homologou acordo que definiu que os recursos serão usados na educação e em defesa da Amazônia.

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