Quando confrontado com temas incômodos, como suspeitas envolvendo seus familiares ou ministros, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem adotado a estratégia de interromper entrevistas e atacar jornalistas. Desde o início do governo, foram diferentes casos desse tipo.
O último deles, neste domingo (23), quando disse ter vontade de agredir um repórter do jornal O Globo após ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Durante uma visita de cinco minutos a ambulantes da Catedral de Brasília, o jornalista questionou o presidente sobre os motivos para o ex-assessor do seu filho Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e sua mulher terem repassado R$ 89 mil para a conta de Michelle.
Após a insistência do repórter, Bolsonaro, sem olhar diretamente para ele, afirmou: "A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?".
Abaixo, perguntas que levaram Bolsonaro a interromper entrevistas ou atacar a imprensa:
Sobre os ataques de Carlos Bolsonaro ao seu vice, Hamilton Mourão, em 25.abr.2019.
Sobre a divulgação de mensagens entre o ministro Sergio Moro (Justiça), enquanto juiz, e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, em 11.jun.2019
Sobre carona dada a familiares em helicóptero da Presidência em casamento de um de seus filhos, em maio daquele ano, em 26.jul.2019
Sobre as ofensas feitas por ele à primeira-dama francesa Brigitte Macron em postagens nas redes sociais, em 27.ago.2019.
Não houve pergunta, ele se recusou a falar com a imprensa antes mesmo das perguntas, em 30.set.2019
Sobre a denúncia pelo Ministério Público Federal contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em 04.out.2019
Quando um ciclista perguntou sobre o caso Queiroz na porta do Alvorada, em 05.out.2019
Se retirou da entrevista, sem falas.
Quando foi questionado sobre críticas do decano do STF, Celso de Mello, em 29.out.2019
Diz que repórter tem "cara de homossexual terrível" e manda jornalistas ficarem quietos.
Sobre busca e apreensão realizada pela PF em endereços do senador Flávio Bolsonaro, em 20.dez.2019
Sobre o livro "Tormenta", em que a jornalista Thais Oyama diz que o presidente orientou Queiroz a faltar em depoimento, em 14.jan.2020
Questionado se havia conflito de interesse na atuação do secretário-chefe da Secom, Fábio Wajngarten, em 15.jan.2020
Questionado sobre o caso Fábio Wajngarten, em 16.jan.2020
No mesmo dia, no fim da tarde, questionado novamente sobre o caso de Fábio Wajngarten, em 16.jan.2020
"Já que deturpou a conversa, acabou a entrevista."
Pergunta sobre possível saída de Onyx Lorenzoni da Casa Civil, em 30.jan.2020
Não houve pergunta. Silêncio se deu um dia após morte de ex-PM ligado a caso de rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro, em 10.fev.2020
Questionado sobre o crescimento de 1,1% do PIB em 2019. Bolsonaro ironizou a pergunta, não respondeu e pediu que humorista falasse com repórteres em 4.mar.2020
Durante viagem a Miami (EUA) Bolsonaro disse que houve fraude nas eleições de 2018. Questionado sobre provas, encerrou entrevista em 10.mar.2020
Se retirou da entrevista sem responder.
Ao desembarcar em Brasília e ser questionado sobre provas diante da acusação feita por ele de que houve fraude nas eleições de 2018 em 11.mar.2020
Após ser questionado sobre os depósitos feitos pelo ex-policial militar Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro, em 23.ago.2020
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