O verão no Sudeste e no Sul do Brasil deve ser mais seco, apesar da possibilidade de chuvas em janeiro de 2022.
O primeiro mês do ano deve trazer precipitação para Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul.
"A tendência para o verão é que a gente tenha um secamento maior nas áreas do Sudeste e Sul do país", resume Ana Clara Marques, meteorologista do serviço Climatempo.
Já fevereiro e março devem deixar a área Centro-Sul do país mais seca, enquanto as chuvas estarão acima da média no Nordeste e no Norte.
Algumas regiões do país enfrentam períodos secos que vêm causando diversos problemas, entre eles os baixos níveis dos reservatórios, principalmente nas regiões Sudeste e Sul.
Dados de segunda-feira (13) do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apontam que o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o principal e com maior capacidade total do país, está com volume útil de 20,76%.
O subsistema Sul, com capacidade consideravelmente menor, opera com volume de 47,53%.
Mas, nos meses anteriores, a situação de ambos era mais crítica - e, com a crise hídrica, chegou-se a falar em riscos de apagão -, o que só foi alterado por chuvas acima do esperado, diz a especialista.
Marques afirma, no entanto, que as chuvas atuais são relacionadas a frentes frias. Para o verão, portanto, o cenário muda. São esperadas para os próximos meses as chamadas chuvas convectivas, formadas por calor e umidade.
Essas pancadas de verão costumam ser prejudiciais para a cidade, causando enchentes, por exemplo, e também para algumas culturas no campo. Além disso, elas não ajudam tanto nos níveis de reservatórios quanto as chuvas por frentes frias.
"[A reserva de água] vai ter uma recuperação e vai chegar a patamares mais elevados, mas o quanto vai ter de água disponível para usarmos no período seco é um ponto que traz muita preocupação. Vai ter água, mas será que vai ser o suficiente?", indaga Marques.
Em janeiro, segundo a especialista do Climatempo, deve haver temperaturas acima da média no Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul - estado que, pela previsão, mais vai sofrer com deficit hídrico, em razão das temperaturas muito altas e da pouca chuva.
A região entre São Paulo e Rio de Janeiro é outra que deve ter temperaturas acima da média para a época do ano.
"Vamos ter calor, mas vamos ter muita alternância de temperatura. Vamos ter uma semana mais quente, com 35°C, 37°C, e outra semana com a temperatura um pouco mais baixa, voltando para próximo dos 28°C, 29°C", diz.
Segundo Marques, de forma geral, o calor do verão deve ser menor e menos prolongado do que em 2020. "Não vai ser um calor prolongado, por períodos de 20 dias seguidos, como foi o último janeiro. No Rio choveu apenas em três dias e bateu 40°C uma semana seguida", lembra.
A especialista afirma que, ao contrário do ano atual, muito seco no Nordeste, a tendência é de muita chuva na região durante todo o verão, devido à presença de águas mais quentes no Atlântico Sul.
Rio Grande do Norte e Paraíba, porém, devem ter chuvas irregulares.
Na temperatura, deve predominar o calor um pouco acima da média em toda a região.
No sul da Bahia - e também no leste de Minas Gerais -, as chuvas já chegaram com tudo neste mês, deixando dezenas de cidades em estado de emergência por causa das enchentes.
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