Conteúdo investigado: Vídeo em que o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida presta apoio à candidatura de Guilherme Boulos (PSOL). Um dos posts traz a legenda “Silvio Almeida – ex Min. de Lula e acusado por assédio e importunação sexual (seis mulheres), pede apoio para Guilherme Boulos. ‘Não há nada tão ruim que não possa piorar’”. Outro perfil publicou o conteúdo com a legenda “Guilherme Boulos recebe apoio de Mão Boba. Agora vai!”. Um terceiro perfil compartilhou o mesmo vídeo com a frase “Olha quem tá pedindo voto para o Guilherme Boulos, o taradão do Planalto”.
Onde foi publicado: X.
Conclusão do Comprova: Vídeo de Silvio Almeida pedindo apoio a Guilherme Boulos enquanto candidato a deputado federal, em 2022, foi editado para alegar apoio do ex-ministro ao psolista nas eleições municipais de 2024. O pleito deste ano não é citado nos conteúdos, mas a publicação próxima à realização do segundo turno pode induzir usuários das redes sociais ao erro.
O vídeo original foi publicado em 31 de agosto de 2022 no canal oficial do YouTube de Boulos. No conteúdo, Almeida diz que “a eleição de Boulos à Câmara dos Deputados é fundamental não apenas para São Paulo, mas para todo o Brasil, contribuindo para um futuro onde novas conquistas possam ser realizadas em prol de uma sociedade mais justa”.
O trecho, assim como os outros que citam a Câmara, o ano e o âmbito federal das eleições de 2022, no entanto, foi suprimido nos posts enganosos. O vídeo original tem 1 minuto e 22 segundos de duração, enquanto a versão enganosa tem 56 segundos. O Comprova listou todas as falas de Almeida que estão no vídeo original e foram retiradas do conteúdo enganoso:
Além disso, no conteúdo investigado, há ao menos três cortes abruptos de edição, mostrando alteração do conteúdo original. A edição também aplicou um zoom na imagem, retirando a legenda do vídeo e marca d’água da campanha de Boulos, com o número de candidato a deputado federal.
O Comprova não encontrou entrevistas ou declarações públicas de Almeida apoiando qualquer candidato a prefeito nas eleições municipais deste ano. Ele comentou o pleito, sem citar especificamente São Paulo, em fevereiro, durante encontro com a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edilene Lôbo, para discutir o combate à violência política nas eleições.
O Comprova contatou os envolvidos na checagem. A assessoria do candidato Guilherme Boulos não quis comentar o caso. Já o ex-ministro Silvio Almeida não respondeu à tentativa de contato até a publicação desta checagem.
O perfil responsável pela publicação e criação do vídeo, como mostra uma marca d’água que reproduz seu nome de usuário, não permite o envio de mensagens. A mesma configuração impediu o contato com outros perfis que publicaram a desinformação.
Falso, para o Comprova, é o conteúdo inventado ou que tenha sofrido edições para mudar o seu significado original e divulgado de modo deliberado para espalhar uma falsidade.
Alcance da publicação: O Comprova investiga os conteúdos suspeitos com maior alcance nas redes sociais. Até o dia 17 de outubro, o primeiro perfil que publicou o vídeo enganoso alcançou 27,1 mil visualizações na publicação do conteúdo. Os outros dois perfis que compartilharam a desinformação tiveram 229,2 mil e 222,7 mil visualizações, respectivamente.
Fontes que consultamos: Vídeo original na íntegra e reportagens sobre Almeida e as eleições.
Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e aplicativos de mensagem sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas e eleições e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo WhatsApp +55 11 97045-4984.
Outras checagens sobre o tema: A participação de Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo é alvo frequente de desinformação. O Comprova já mostrou, por exemplo, que é falso que a candidatura dele foi cassada e Marçal (PRTB) está no segundo turno contra Ricardo Nunes (MDB). A iniciativa também concluiu que o psolista não ultrapassou Marçal na mesma hora em que Dilma e Lula dispararam contra adversários em 2014 e 2022, o que indicaria uma fraude nas eleições.
Investigado por: Folha e Metrópoles
Texto verificado por: CNN Brasil, O POVO, Terra, Tribuna do Norte e Estadão
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