A publicação em que o pastor e cantor evangélico André Valadão diz ter sido obrigado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a se retratar sobre falas contra Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à Presidência da República, e o PT foi marcada como "informação falsa" pelo Instagram.
O líder religioso, que faz parte da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte (MG), postou na rede social, na última quarta-feira (19), um vídeo com uma suposta retratação pela divulgação de falsas acusações contra o ex-presidente Lula.
Na gravação, ele simula a leitura do documento que seria uma ordem direta do tribunal sobre o conteúdo que deveria ser desmentido nas redes sociais. E afirma ter recebido a intimação através do presidente da Corte, ministro Alexandre de Moraes. No entanto, o órgão nega a existência da decisão.
"Dias atrás eu recebi em minha residência uma intimação do TSE, através do senhor Alexandre de Moraes, e eu venho me declarar, a partir dessa intimação, dizendo que o Lula não é a favor do aborto, Lula não é a favor da descriminalização das drogas, Lula não é a favor de liberar pequenos furtos. Os trombadinhas entrarão na sua casa, roubarão sua TV, roubarão seu celular, você correrá risco de vida e nada acontecerá com eles", afirma Valadão, balançando negativamente a cabeça no vídeo.
A Justiça Eleitoral publicou em seu site, na seção em que dá esclarecimentos sobre informações falsas, que "o vídeo gravado por André Valadão é desinformação. Propositalmente, ele omite a informação de que, no dia 6 de outubro, foi citado para responder a um pedido de direito de resposta ajuizado pela Coligação Brasil da Esperança, que contesta um conteúdo publicado por ele nas redes sociais."
O órgão explica também que, "ao contrário do que é sugerido na filmagem, o documento expedido pelo Tribunal Superior Eleitoral não contém nenhuma ordem ou orientação expressa sobre o que deveria ser esclarecido às pessoas que o seguem na internet. O cantor, portanto, apenas foi notificado da existência do pedido apresentado pela coligação para que pudesse apresentar defesa no prazo de um dia. Até o momento, ele ainda não se manifestou no processo" (veja o documento abaixo).
O documento também não foi assinado por Alexandre de Moraes, como dito por Valadão, mas pela ministra Maria Claudia Bucchianeri.
Em outra postagem, após o vídeo ter sido marcado como falso, o pastor mostra cópia do texto recebido do TSE e, então, diz que recebeu a citação do tribunal. Confira abaixo:
"Recebi citação do TSE para que me manifestasse, no prazo de 1 (um) dia, sobre representação da Coligação do Lula, em que eles pediam que houvesse direito de resposta a um vídeo em que falei sobre a relação entre Lula e temas como aborto, descriminalização das drogas, furtos, regulação da mídia e liberdade de expressão. Desejavam que, pelo mesmo veículo (meu perfil no Instagram), eu desdissesse o que havia gravado. A fim de que o pedido perdesse o objeto, para que não houvesse invasão ao meu perfil, sob o manto de um pseudo direito de resposta, gravei o vídeo em sentido contrário ao inicialmente feito. Encaminhei o caso aos meus advogados."
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