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Vídeo mostra prisão de homem negro seguida de 'vai gritar Lula lá na África'

Vídeo mostra prisão de homem negro seguida de 'vai gritar Lula lá na África'

Ministério Público pediu explicações à Polícia Militar; o agente envolvido foi afastado

Publicado em 7 de outubro de 2022 às 09:19

Ícone - Tempo de Leitura 2min de leitura

Um vídeo que viralizou nas redes sociais nesta quinta-feira (6) mostra um homem negro sendo preso por um policial militar sob a frase "vai gritar Lula lá na África, agora!". O caso ocorreu no domingo (2), dia do 1º turno, na cidade de Novo Gama, em Goiás.

A Polícia Militar disse que determinou a abertura de uma investigação e afastou o policial militar das suas atividades operacionais até o final das apurações.

No vídeo não é possível ouvir quem disse a frase. A imagem flagra ainda o agente agredindo as costas do jovem antes de algemá-lo. Na sequência, um outro homem afirma que o motivo da prisão seria o fato de o preso ser apoiador do candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O Ministério Público de Goiás solicitou esclarecimentos para a Polícia Militar sobre o conteúdo do vídeo, diante da presença de policiais nas imagens.

Agentes da Guarda Municipal também aparecem durante a abordagem. Segundo a prefeitura de Novo Gama, a prisão ocorreu após os agentes terem recebido a denúncia de um cidadão que realizava boca de urna.

A nota da prefeitura afirma que, após análise, não foi possível identificar quem pronunciou as palavras discriminatórias, se foram verbalizadas por uma autoridade ou por terceiros que acompanharam a ocorrência, e que o ocorrido foi encaminhado ao Comando da Polícia Militar da região.

A presidente do PT em Goiás, Kátia Maria, denunciou o caso nas redes sociais como violência política e racismo. Ela afirma, ainda, que orientou para que a assessoria jurídica acione a corregedoria da Polícia Militar de Goiás e da Guarda Municipal do Novo Gama.

"As imagens mostram cenas de racismo e violência política juntas. Ambas configuram crime e foram cometidas pelo Estado, o que é mais grave ainda. Não vamos permitir intimidação, perseguição política e policial aos apoiadores do Lula em Goiás (...) Exigimos do governador Ronaldo Caiado a apuração imediata do caso, a punição dos culpados e a orientação da corporação para que novos casos como esses não se repitam em Goiás."

Procurada, a assessoria de Ronaldo Caiado não informou se o governador tomou conhecimento do caso.

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