Os passageiros do avião modelo ATR 72-500 da Voepass, que caiu em Vinhedo (SP), na última sexta-feira (9), não sentiram dor no momento do acidente. A maioria dos 62 passageiros morreu de politraumatismo por causa do impacto da aeronave no chão.
"Não há condição de sentir dor, porque a morte é instantânea", diz Vladimir Alves dos Reis, diretor-geral do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo. O politraumatismo, é caracterizado, como indica o nome, por múltiplos traumas no corpo.
Pela velocidade da queda -o avião perdeu 3.300 metros de altitude em um minuto- e pela forma como a aeronave atingiu o solo, não houve sequer tempo para sentir dor, afirma o especialista.
No sábado (10), o capitão Michael Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou que os corpos das vítimas estavam sentados nos respectivos assentos. "Lógico que tem a dinâmica da queda, do movimento quando bate no solo, mas as vítimas estão dentro da aeronave."
Determinar se as pessoas estavam conscientes, no entanto, não é possível, segundo o Alves dos Reis, do IML. O avião já estava em uma altura considerada baixa para haver uma diferença tão aguda de pressão atmosférica e temperatura. Por fim, não há exame que possa ser feito para determinar quem estaria ou não consciente, aponta o médico legista.
A perda de consciência ocorreu, com certeza, no acidente entre o Boeing 737-800 da Gol e um jato executivo Legacy, a 11 quilômetros de altura no norte de Mato Grosso. "E a essa altura, ele estava pressurizado, perdeu pressurização, avalia-se e entende-se que as pessoas morreram", diz Alves dos Reis.
A explicação do médico legista corrobora a declaração da Polícia Científica de São Paulo, como mostrou reportagem da Folha. Ao finalizar o trabalho de necropsia, a superintendência do órgão afirmou que a maior parte, sem dúvida, havia morrido por politrauma. Consequentemente, com a explosão da aeronave, alguns corpos foram atingidos por chamas.
"Se você analisar altura, velocidade [da queda], o local e as condições dos corpos, a a morte foi instantânea", diz Alves dos Reis, do IML.
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