O ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten disse nesta quarta-feira (12) que não tem certeza se foi "de autoria, de assinatura da Secom" a campanha lançada em março do ano passado intitulada "O Brasil não pode parar", que pregava contra o isolamento social.
"De fato eu me recordo de um vídeo circulando, 'O Brasil não pode parar', eu não tenho certeza se ele é de autoria, de assinatura da Secom. Eu não sei se ele foi feito dentro da estrutura ou por algum... Circulou de forma orgânica, eu não tenho essa certeza, posso confirmar para o senhor. O que eu tenho absoluta convicção, pelo meu controle aqui na planilha, em março", afirmou o depoente em resposta ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Em seguida o senador Humberto Costa (PT-PE) repetiu a pergunta e lembrou que no dia seguinte à divulgação de um dos vídeos a própria Secom, chefiada à época por Wajngarten, emitiu nota dizendo que era uma "campanha experimental".
"Portanto, assumiu a responsabilidade por aquela campanha negativista, negacionista, defensora da imunidade de rebanho, que já nos causou aí 425 mil mortes", disse Costa.
Wajngarten afirmou que todo o fluxo de publicação das peças digitais precisavam de aprovação da AGU (Advocacia Geral da União) e nem todas passavam pela Secom.
Costa insistiu na pergunta e o ex-secretário tentou se esquivar ao frisar que estava fora da Secom porque estava se recuperando da Covid. "Eu acho que ou o seu secretário-executivo, o seu segundo, trabalhava contra o senhor ou há uma Secom clandestina", rebateu o senador.
O vídeo da campanha foi divulgado em redes sociais e depois proibido por ordem do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Segundo ele, a supressão das medidas de distanciamento social colocaria em risco a vida, a segurança e a saúde da população.
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