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Wajngarten se defende e diz não estar na Secom para fazer negócios

Wajngarten se defende e diz não estar na Secom para fazer negócios

A declaração de Wajngarten ocorre depois de reportagem da Folha de S.Paulo revelar que ele é sócio de uma empresa que recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela secretaria

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 07:47

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Chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Fabio Wajngarten, com o presidente Jair Bolsonaro. (Reprodução/ Instagram Fabio Wajngarten)

O chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República), Fabio Wajngarten, afirmou nesta quarta-feira (15) que não está à frente do órgão "para fazer negócios". 

A declaração de Wajngarten ocorre depois de reportagem da Folha de S.Paulo revelar que ele é sócio de uma empresa que recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela secretaria.  Em um pronunciamento realizado no Palácio do Planalto, Wajngarten se defendeu e afirmou que permanece no governo.

"É realmente absurdo esse tipo de matéria. Eu não estou [aqui] para fazer negócios. Eu estou aqui para transformar a comunicação da Presidência da República com a maior ética possível. Com a maior transparência possível e com a maior modernidade possível", declarou. 

"Eu vou continuar com o apoio do ministro [Luiz Eduardo] Ramos (secretaria de Governo) e do presidente [Jair Bolsonaro], enquanto eles me quiseram aqui. Eu vou continuar enfrentando grupos monopolistas e poderosos".

A secretaria comandada por Wajngarten é a responsável pela distribuição da verba de propaganda do Planalto e também por ditar as regras para as contas dos demais órgãos federais. No ano passado, gastou R$ 197 milhões em campanhas. Wajngarten assumiu o comando da pasta em abril de 2019.

Conforme revelou a Folha de S.Paulo, desde então ele se mantém como principal sócio da FW Comunicação e Marketing, que oferece ao mercado um serviço conhecido como Controle da Concorrência. Tem 95% das cotas da empresa e sua mãe, Clara Wajngarten, outros 5%, segundo dados da Receita e da Junta Comercial de São Paulo.

A FW fornece estudos de mídia para TVs e agências, incluindo mapas de anunciantes do mercado. Também faz o chamado checking, ou seja, confere se peças publicitárias contratadas foram veiculadas. A Folha de S.Paulo confirmou que a FW tem contratos com ao menos cinco empresas que recebem do governo, entre elas a Band e a Record, cujas participações na verba publicitária da Secom vêm crescendo.

O auxiliar do presidente Bolsonaro não respondeu a perguntas após suas declarações.  Antes do pronunciamento, ele teve uma reunião com o presidente em que foi discutida sua situação no governo.

Em sua fala, Wajngarten afirmou "não ter nada a esconder". "Na época da minha nomeação foi orientado e ordenado que eu saísse do quadro da gestão da FW Comunicação e Marketing. Atitude imediatamente cumprida e vistoriada pela SAJ (Subchefia para Assuntos Jurídicos) e pela Comissão de Ética [Pública da Presidência]". 

Apesar de citar seu afastamento da administração da empresa, Wajngarten não mencionou em sua fala a Lei de Conflito de Interesses (12.813/2013). A norma proíbe integrantes da cúpula do governo de manter negócios com pessoas físicas ou jurídicas que possam ser afetadas por suas decisões.

Sem citar nomes, ele também acusou "determinados grupos de comunicação ou institutos de pesquisa" de estarem por trás das acusações. Terminou sua fala dizendo que qualquer "ponte de diálogo" dessas empresas com ele foi explodida nesta quarta. 

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"Não foi nada justa a condução da matéria. Não foi nada equilibrada a matéria. Não foi nada imparcial a matéria. Mas também a matéria não caiu de paraquedas. A matéria tem nome e sobrenome. E se determinados grupos de comunicação ou institutos de pesquisa tinham em mim a tentativa de construção de uma ponte de diálogo, essa ponte foi explodida hoje. Fica aqui o meu recado", concluiu.

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