O WhatsApp admitiu que a plataforma foi usada na eleição brasileira de 2018 para envios massivo de mensagens. A informação foi dada em palestra em Medelín, na Colômbia, por um executivo da empresa, na última sexta-feira (04).
"Na eleição brasileira do ano passado houve a atuação de empresas fornecedoras de envios maciços de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas", afirmou Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp.
A declaração foi feita durante o Festival Gabo de jornalismo, que homenageia o jornalista Gabriel Garcia Marques. As informações foram publicadas nesta terça (08) pela Folha de S. Paulo.
Supple disse que o WhatsApp não apoia o "uso dos grupos como listas de transmissão" de conteúdos, meio de difusão de informações comum entre apoiadores políticos. O executivo ressaltou que o aplicativo foi criado para "conversas orgânicas entre famílias e amigos".
"Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e normalmente divulgam conteúdo mais polêmico e problemático", disse.
As regras eleitorais não permitem contratação de empresas para envio em massa de mensagens por plataformas como o WhatsApp, muito menos sem a declaração dessas despesas à Justiça eleitoral.
Em outubro passado, a Folha revelou que empresários contrataram empresas de marketing para disparar as mensagens de cunho eleitoral usando CPFs de forma fraudulenta e até contratando agências estrangeiras. Uma das reportagens mostrou que apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) bancaram disparos em massa contra Fernando Haddad (PT).
Ao ser questionado se o uso do WhatsApp por campanhas políticas violava as regras, Ben Supple afirmou: "Não viola desde que se respeitem todos os termos de uso [que vedam automação e envio massivo]. Todos estão sujeitos aos mesmos critérios, não importa se quem usa é um candidato à Presidência ou um camponês do interior da Índia".
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