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Witzel nega participação em desvios e sugere interferência de Bolsonaro na PF

Witzel nega participação em desvios e sugere interferência de Bolsonaro na PF

Agentes foram ao Palácio Laranjeiras, residencial oficial do governador, e à antiga casa de Witzel nesta terça. Investigações apuram fraudes relacionadas a hospitais de campanha no Rio

Publicado em 26 de maio de 2020 às 11:39

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Governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel e o Presidente Jair Bolsonaro
Wilson Witzel e Jair Bolsonaro posaram juntos em 2019. Agora, são desafetos. (Marcos Correa)

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), alvo da Operação Placebo deflagrado nesta terça-feira (26), afirmou que não cometeu irregularidades e apontou interferência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na investigação.

Ele apontou como evidência da interferência o fato de a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) ter mencionado nesta segunda (25) ações iminentes da PF contra governadores.

"Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada", disse o governador.

Nesta segunda (25), em entrevista à Rádio Gaúcha, Carla Zambelli, aliada de Bolsonaro, falou de um suposto represamento de operações contra governadores, que passariam a ser deflagradas a partir de agora.

"A gente já teve algumas operações da PF que estavam na agulha para sair, mas nao saíam. A gente deve ter nos próximos meses o que a gente vai chamar de 'covidão' ou não sei qual vai ser o nome que eles vão dar. Mas já tem alguns governadores sendo investigados pela PF", comentou.

Nesta terça, Bolsonaro parabenizou a Polícia Federal pela operação, ao ser questionado sobre a situação na saída do Palácio do Alvorada, em Brasília. 

A PF cumpre nesta manhã 12 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e São Paulo para apurar supostas fraudes na contratação da organização social Iabas para montagem e gestão de hospitais de campanha no combate ao novo coronavírus.

Agentes foram ao Palácio Laranjeiras, residencial oficial do governador, e à antiga casa de Witzel no Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas pelo ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Witzel negou que tenha cometido irregularidades.

"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o estado do Rio de Janeiro", disse o governador, em nota.

Leia na íntegra a nota do governador Wilson Witzel

"Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal. Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará. A interferência anunciada pelo presidente da república está devidamente oficializada. Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos. Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro."

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