Governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) recebeu recursos e atuou em favor do escritório da primeira-dama Helena Witzel, aponta a decisão do ministro Benedito Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que o retirou por seis meses do cargo.
De acordo com o ministro, o pedido da Procuradoria Geral da República mostra um e-mail do governador enviando para sua mulher o contrato a ser assinado pelo escritório com uma empresa ligada ao ex-prefeito de Volta Redonda (RJ) Gottardo Lopes Netto.
Netto é também sócio da empresa GLN Serviços Hospitalares, empresa que tem contratos com o estado e recebeu um financiamento de R$ 5,3 milhões da Secretaria de Saúde em janeiro deste ano, segundo a PGR.
De acordo com os procuradores, o escritório da primeira-dama recebeu R$ 280 mil da empresa de Netto. Os investigadores vinculam o repasse ao financiamento, destacando que o pagamento à firma de Helena representa 5% do financiamento obtido pela empresa do ex-prefeito.
Relatório do Coaf mostra ainda que Witzel recebeu R$ 114 mil do escritório da mulher, embora não tenha qualquer relação societária com a banca.
Os dados da PGR mostram que Helena recebeu no total R$ 554 mil entre agosto do ano passado e maio deste ano. Além do hospital, outras três empresas repassaram ao escritório da primeira-dama.
Uma delas é a empresa ligada ao empresário Mario Peixoto, cuja informação já era conhecida na Operação Placebo.
Entre os elementos que embasaram as buscas contra a primeira-dama na Operação Placebo estão um contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios firmado entre o escritório de Helena Witzel e a empresa DPAD Serviços Diagnósticos, de Mário Peixoto, e comprovantes de transferências bancárias entre as duas empresas.
Esse contrato tem o valor de R$ 540 mil, segundo documentos apreendidos e emails acessados na apuração. Os investigadores também encontraram um email de 14 de abril deste ano enviado pelo contador das empresas de Peixoto para um braço direito do empresário, com documentos a respeito de pagamentos para a primeira-dama.
A decisão afirma ainda que o ex-secretário de Saúde Edmar Santos afirmou que Witzel entregou R$ 15 mil a pastor Everaldo um dia antes da Operação Placebo. O ex-secretário declarou que o governador lhe mostrou o dinheiro e disse que buscava evitar que os valores fossem encontrados na busca e apreensão.
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