Dentro do Palácio Anchieta, prédio onde funciona a sede do Poder Executivo do Espírito Santo, em Vitória, há um pedacinho do Palácio de Versalhes. O Salão Dourado — usado para o governador receber visitas ilustres — tem mobiliário original fabricado na França no estilo rococó, um dos preferidos de Luis XIV. A história de como exatamente esses móveis foram parar lá é incerta, o que alimenta muitas lendas.
Mas o principal relato sobre a origem do mobiliário francês do Salão Dourado envolve um navio encalhado e a icônica ex-primeira-dama argentina, Evita Perón.
Há duas versões para a lenda, mas elas têm um início comum: em algum momento da década de 1940, Evita, na época, esposa do presidente argentino Juan Domingo Perón, encomendou móveis de um fabricante na França.
Os objetos foram colocados em um navio, que partiu em direção à América do Sul. E é aí que as histórias divergem. A primeira versão dá conta de que o navio com os móveis encalhou na costa do Espírito Santo. Sem ter como retirar a mobília e levar até a Argentina, o governo capixaba teria comprado a carga.
É importante saber que a década de 1940 foi justamente a época em que os salões do Palácio Anchieta foram decorados de forma mais suntuosa. Até então, a decoração era bastante simples.
Na segunda versão, contudo, o tal navio com os móveis teria atracado no Porto de Vitória e a carga teria sido confiscada pela autoridade alfandegária da época.
Após o confisco dos móveis de Evita, eles teriam ido parar no Palácio Anchieta, que, como dito acima, estava justamente em processo de ser decorado.
Qual das versões é verdadeira? Ninguém sabe. Não se sabe nem se alguma parte dessa história é verídica. Como explicou a gerente de Patrimônio Histórico do Palácio Anchieta, Áurea Lígia Bernardi, não há registro oficial sobre a origem do mobiliário, o que dificulta separar o que é fato e o que é lenda.
De qualquer forma, quem quiser ver os móveis de Evita pode fazer uma visita ao Palácio Anchieta aos fins de semana, das 9h às 16h. O Salão Dourado fica no segundo andar do prédio, que é fechado para visitação nos dias úteis, quando o governador está trabalhando.
O primeiro andar abre também de terça a sexta-feira, das 9h às 17h.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta