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Como um tronco bicentenário foi parar no meio da praça de Itaúnas?

Como um tronco bicentenário foi parar no meio da praça de Itaúnas?

O tronco foi levado à Praça Central da Vila no início da década de 90 e virou ponto turístico para os visitantes

Publicado em 7 de janeiro de 2019 às 16:16

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Tronco bicentenário de pequi-vinagreiro é parte da história da vila de Itaúnas, em Conceição da Barra, Norte do ES. (Rosi de Oliveira)

Um tronco gigante e antigo na Praça Central da Vila de Itaúnas, em Conceição da Barra, Norte do Estado, chama atenção dos visitantes que passam pela região. Mas como ele foi parar ali? O Gazeta Online procurou o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico de Conceição da Barra, André Luiz Campos Tebaldi, para esclarecer a história da árvore que virou um monumento.

Tebaldi explica que o tronco foi uma árvore de pequi-vinagreiro que tem, aproximadamente, 200 anos. A madeira foi levada de uma região de brejo ao redor do vilarejo até a Praça Central, onde também se encontra a igreja de São Sebastião, no início da década de 90, para representar uma época de desmatamento na Mata Atlântica local, em que madeiras nobres era retiradas para o comércio e espécies de menor valor, como o pequi-vinagreiro, eram deixadas para trás.

"Na época, a equipe de proteção do parque da vila teve a ideia de levar o tronco até a Praça Central por que, apesar de não ser considerada como madeira nobre, é algo que tem que ser preservado para relatar a história. Foi a partir do desmatamento que começou o plantio de eucalipto na região em que agora se desenvolve a silvicultura. Na época, eles fizeram um pedido à Petrobras, que teria guindastes maiores, para conseguir levar o tronco, que é tão grande e pesado", explica Tebaldi.

Tronco exposto na praça da vila de Itaúnas. (Tripadvisor)

CURIOSIDADES

O tronco chama atenção, e não seria por menos. O secretário de Meio Ambiente afirma que, na horizontal, como está colocado na Praça Central da Vila de Itaúnas, o tronco mede cerca de 15 metros. Já a circunferência da base da madeira precisaria de 15 a 20 pessoas para ser contornada. A parte em que ficava a copa da árvore poderia ser completada com cerca de oito pessoas.

A árvore antiga marca a época de desmatamentos no local, mas não tem marcas de corte. O secretário explica que as raízes do pequi-vinagreiro, que não dá frutos comestíveis, são rasas e, devido ao peso e ao local em que foi encontrado, em uma região de brejo, deve ter tombado devido por causa da movimentação de maquinários durante o desmatamento e queima do que havia restado no local, a fim de aproveitar a região desmatada. 

ATRAÇÃO

O tronco, que está na Praça Central desde o início da década de 90, recebeu iluminação de refletores a pouco tempo. Tebaldi frisa que a madeira nunca foi alvo de vandalismos que degradassem a estrutura, mas que algumas pessoas aproveitavam que o tronco é oco e usavam o "túnel" para uso de drogas e até mesmo para defecar.

Mas o secretário também diz que, depois que o local foi iluminado, situações assim diminuíram e o tronco antigo do pequi-vinagreiro é muito apreciado pelos turistas, que gostam de fotografar o local, além de atração para as crianças, que aproveitam a estrutura para brincar.

"O tronco não tem um cuidado especial, está exposto ao tempo, mas resiste. E agora com iluminação, além de diminuir os casos de vandalismo, o local ficou visualmente valorizado", afirma o secretário.

FESTEJOS

Na Praça Central, além do tronco, também há a igreja de São Sebastião e, a partir do dia 17 ao dia 20 de janeiro, acontecem os festejos para as festas de São Benedito e São Sebastião, que agregam grupos folclóricos de várias regiões do Brasil reunidas na Vila de Itaúnas.

"Na praça é onde acontecem as apresentações. As principais atividades são o Ticumbi, que só acontece em Itaúnas, além de teatros ao ar livre e grupos de Congo, Capoeira, e muitas atrações culturais que atraem, todos os anos, milhares de pessoas", convida o secretário.

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