O topo de uma montanha exuberante no interior de Atílio Vivácqua, no Sul do Espírito Santo, revela uma vista espetacular. Além da beleza da chamada Pedra das Caveiras, conta a lenda que um tesouro foi escondido pelo antigo dono das terras, que teria feito um pacto com o diabo! O encontro de sete caveiras em uma gruta da pedra deu origem à história e ao nome do ponto turístico.
A Pedra das Caveiras fica na localidade de Praça do Oriente e está a cerca de sete quilômetros da sede. A subida até a caverna, que tem um grande salão de pedra a 605 metros de altitude, dura cerca de uma hora de trilha e o acesso ao lugar passa por uma propriedade particular.
A história que foi difundida entre os moradores é a de que, na década de 30, um caçador encontrou sete esqueletos, próximo do topo. Na época, o contexto que acabou famoso entre quem mora na pequena cidade é que um rico fazendeiro, dono de terras na região, fez um pacto com o diabo — e um urubu o assombrava nos últimos dias de sua vida.
Ele pediu para que quatro índios, que eram seus empregados, enterrassem um tesouro nas imediações da pedra. Após o trabalho, três capatazes teriam executado os indígenas para que não fosse revelado o local. O destino dos assassinos foi o mesmo: foram mortos e os corpos colocados naquele lugar.
“O arqueólogo Celso Perota levou os ossos para o Rio de Janeiro e identificou que eram do final do século XIX. Acredita-se que aqueles esqueletos seriam de escravos que morreram ali em fuga, sem comida e sem conhecer a área”, disse o morador Carlos Augusto Busato Barros, o Doca, como é conhecido na cidade.
Como não havia indícios de alguma de habitação na caverna, a tese de corpos de escravos também é duvidosa. “Não há registros que evidenciam que ali serviu de habitação para alguém, como indícios de uma fogueira ou cerâmicas. O que de fato temos é uma montanha misteriosa que serviu de túmulo para sete caveiras”, relata o historiador com formação em arqueologia Marcio do Nascimento Santana.
Márcio, que também é montanhista e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro de Itapemirim, já desbravou a Pedra das Caveiras algumas vezes.
“Dizem que quem sobe a trilha dessa pedra falando em tesouro, dinheiro ou riquezas começa a escutar gritos de terror e socorro dentro da mata. Eu não fiz para ver se era verdade”, brinca o historiador.
Apreciador dos casos que rondam o passado de Atílio Vivácqua, Carlos Augusto Busato Barros conta que o lugar vai além das lendas. “O local tem uma vista deslumbrante e privilegiada, com fauna e flora preservadas. É ponto constante da visita de trilheiros e montanhistas”, contou.
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