A madrugada do dia 15 de janeiro de 1985 marcou a história do Espírito Santo. A tragédia do Morro do Macaco completa 33 anos nesta segunda-feira (15), mas ainda continua viva na memória dos capixabas. A lembrança da catástrofe no Alto Tabuazeiro, em Vitória, ainda dói naqueles que perderam entes queridos.
A noite que pareceu durar dias começou quando uma pedra com aproximadamente 150 toneladas deslizou, destruindo tudo o que tinha pela frente, inclusive dezenas de casas e algumas famílias. O balanço da tragédia contabilizou 40 pessoas mortas, 150 feridas, vários desaparecidos e mais de 600 famílias desabrigadas. Na época, o Morro do Macaco era habitado por cerca de quatro mil pessoas.
Além da mobilização dos militares, o local foi tomado por um mar de civis que, comovidos com tamanha tragédia, se juntaram aos moradores para colaborar no resgate das vítimas feridas, mortas e também na busca pelos desaparecidos. Estimativas apontaram que a maioria das vítimas do deslizamento eram crianças.
O Governo do Estado decretou três dias de luto oficial e a imprensa nacional acompanhou de perto o caso. Depois do cenário caótico instalado na região de Alto Tabuazeiro em virtude do desastre, todas as famílias desabrigadas, bem como aquelas que viviam em áreas consideradas de risco, precisaram sair da região para evitar uma nova tragédia. Os moradores que ficaram sem as suas casas ganharam a escritura de novos imóveis para recomeçar a vida em outro lugar.
Na época, cerca de 200 famílias foram levadas para um conjunto residencial no bairro Feu Rosa, na Serra. Mais tarde, algumas delas passaram a receber um aluguel social, fornecido pela Prefeitura Municipal de Vitória.
Em pouco tempo e passado o susto, alguns moradores resolveram retornar e voltar a viver de forma arriscada no Morro do Macaco. A ocupação desordenada na região voltou a ser um problema e uma grande preocupação. Em 2008, quase 100 casas foram construídas novamente no local.
ÁREA DE RISCO
A Secretariaria de Habitação, por meio de sua assessoria, informou que em 2006 tanto as famílias vítimas da tragédia, quanto àquelas que moravam em áreas de risco e precisaram deixar as suas residências na época do desastre foram contempladas com a escritura das casas em que vivem hoje, no bairro Feu Rosa.
Informou, ainda, que as 100 famílias que voltaram para o Morro do Macaco em 2008 foram retiradas do local após o mapeamento das áreas de risco. Algumas receberam uma carta de crédito para comprar a casa própria e hoje 28 delas moram no Residêncial Tabuazeiro, que faz parte do programa habitacional do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida.
Em 2015, três famílias residiam no local, mas segundo a prefeitura, essas famílias já possuíam a carta de crédito e estavam à procura de um novo imóvel. A Secretaria de Habitação da Prefeitura de Vitória informou, na ocasião, que estava fazendo o cercamento da área para conter a expansão das residências e preservar áreas ambientais próximas à região do Parque Tabuazeiro.
Nesta segunda-feira (15), a Prefeitura de Vitória, por meio da Secretaria de Obras e Habitação, informou que foram investidos milhões de reais referentes à indenização de algumas residências, à construção de um reassentamento e à disponibilização de cartas de crédito para aquisição de casas, atingindo o número de 98% de famílias reassentadas.
Ainda segundo a prefeitura, devido à pendências judiciais de cunho particular, apenas duas famílias ainda não foram reassentadas ou receberam a carta de crédito para aquisição da casa própria e segura.
A Prefeitura de Vitória ressaltou que a área que abrange o Morro do Macaco tem fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços (Semmam).
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