Quem vive em Vila Velha com certeza já ouviu o termo canela-verde se referindo aos moradores da cidade. Mas, afinal de contas, como surgiu esse nome? A Gazeta convidou o presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Vila Velha (IHGVV), Manoel Goes, para explicar. Segundo ele, há duas versões.
A primeira tem relação com os índios. "Toda aquele litoral da Prainha, onde tem o quartel do 38º BI, tinha muita alga marinha. Os índios nômades iam pescar na Prainha e as algas ficavam presas nas canelas deles", afirma.
A segunda explicação se refere aos portugueses e tem o mesmo sentido. "Quando os portugueses desciam dos barcos para chegar em Vila Velha, as algas ficavam presas nas botas deles".
Segundo o presidente, em alguns escritos de Don Jorge de Menezes, um nobre que fazia parte da comitiva do primeiro donatário da capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, ele relata que o termo canela-verde ganhou certa notoriedade entre os soldados, quebrando a sisudez do donatário, quando perguntava: os canelas-verdes já retornaram a bordo e aos seus postos?, referindo-se aos homens que retornavam da praia com as botas cobertas de algas marinhas.
"Os homens em momento algum se mostravam chateados, já que este 'batismo' lhes teria conferido certa notoriedade, afinal partia do Capitão Mor Vasco Coutinho, homem a quem todos deviam respeito e obediência. Concluímos então que, em momento algum, o terno canela-verde teve cunho pejorativo para nós de Vila Velha", afirma Manoel Goes.
Reportagem originalmente publicada em 27/02/2019.
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