Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 19:36
Após retornar para a elite do carnaval neste ano, a Imperatriz do Forte amargou o último lugar nos desfiles do Grupo Especial, com 175,90 pontos, e vai novamente descer para o Grupo A, em 2026. A escola, que já foi sete vezes campeã do Carnaval de Vitória, teve problemas na sua apresentação, que aconteceu já na manhã de domingo (23). O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (26), durante apuração de votos no Sambão do Povo, transmitida ao vivo por A Gazeta.
Com o enredo "Só quem sabe onde é Luanda, saberá lhe dar valor", a agremiação prestou homenagem à cidade africana, capital de Angola, mostrando na avenida as riquezas da região. Mas as dificuldades na execução do desfile comprometeram o desempenho e levaram à queda da Imperatriz.
Confira as notas e a colocação final:
A Imperatriz do Forte fechou o desfile das escolas do Grupo Especial. O sinal verde para desfilar no Sambão foi dado às 6h49, mas a escola ficou 8 minutos e 30 segundos parada, sem entrar na avenida, por um problema em um carro.
No desfile, a comissão de frente mostrou de forma lúdica a convivência da realeza angolana com os animais guardiões da savana. A coreografia foi de Ewander Rocha e Patrick Cadette.
A agremiação levou para a avenida fantasias bem coloridas, que se destacaram no desfile já à luz do dia. Antes do abre-alas entraram na passarela do samba o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira e duas alas, incluindo a das baianas — uma delas levada de cadeira de rodas.
O abre-alas apresentado pela agremiação tinha uma coroa em destaque, símbolo da própria escola e também uma referência ao reinado de Nzinga, assim como outros elementos africanos. Algumas alas da escola foram coreografadas, como a que falava do samba, ritmo brasileiro que tem na África suas raízes.
À frente do tripé que remete a festas populares estavam a mestra Maria Laurinda, de 82 anos, e sua irmã Dona Ilinha, da comunidade quilombola de Monte Alegre, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado.
No terceiro carro, a escola apresentou uma favela em verde e rosa, as cores da escola e suas artes e manifestações culturais. Alguns integrantes estavam grafitando o carro no decorrer do desfile.
A Imperatriz fechou o desfile em 1 hora e 32 segundos. Com o Sambão já esvaziado, mas com o tradicional arrastão dos foliões na passarela do samba.
A escola havia retornado à elite das escolas de samba ao ganhar o desfile do Grupo de Acesso no ano passado. A Imperatriz do Forte é heptacampeã do Carnaval de Vitória. O desfile da escola, dividido em 20 alas, contou com 1200 componentes, três alegorias e 1 tripé.
A escola foi fundada em 15 de dezembro de 1972. Seu nome foi decidido da seguinte forma: os fundadores gostariam de homenagear uma grande escola de samba do Rio de Janeiro, dessa forma, colocaram em dois sacos os nomes das escolas do Rio. Sacudiram e, os papéis sorteados definiriam os nomes e as cores. Imperatriz Leopoldinense saiu em um e Mangueira em outro. Assim nasceu a Imperatriz verde e rosa do Espírito Santo.
Sou eu, um guerreiro de Matamba
A força africana de Nzinga ancestral
Onde o invasor não tem mais voz
Meu povo feroz faz reza e ritual
Aprisionado ao som da chibata
Na força das gargantas embargadas
É Ginga, ê, é Ginga
Mulher que se faz fortaleza
Calunga de Angola resiste
No imenso mar pra curar a incerteza
Bota dendê pra benzer, pra colorir o saber
E entender o poder do catiço
Se quem atiça acende vela
Faz tambor numa panela
Na tristeza dá sumiço!
Eu vou dançar maracatu, caxambu e capoeira
Manifestar minha raiz a noite inteira
Identidade de Laurinda e outros mais
Luanda, teu espírito é santo
Afasta qualquer quebranto
É canto livre de amor e paz
O meu povo é batuqueiro
De Angola, mandingueiro
O Sol de Luanda me guia pro norte
E quem não enxerga cicatriz
Faz valer sua raiz Canta Imperatriz do Forte!
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