> >
Jucutuquara tem problema com carro, mas levanta o público

Jucutuquara tem problema com carro, mas levanta o público

Chuva que durou cerca de 15 minutos, no início do desfile, não tirou a animação da escola do tradicional bairro de Vitória, que leva para o Sambão o enredo "Pulsar da vida"

Publicado em 22 de fevereiro de 2025 às 22:20

Ícone - Tempo de Leitura 5min de leitura

A Unidos de Jucutuquara inaugurou os desfiles do Carnaval de Vitória 2025 na noite deste sábado (22)  no Sambão do Povo, em Vitória.  A chuva que caiu no início do desfile durou cerca de 15 minutos. A escola de samba levou para a avenida a potência do coração com o enredo "Pulsar da vida".

Com 30 metros de comprimento, o abre-alas da Jucutuquara coloriu a avenida de vermelho e prata, apresentando o coração como máquina da vida. O “pulsar” do enredo  marcou a presença com o jogo de luzes no carro e nas fantasias.

Logo ao entrar na avenida, a bateria com 155 ritmistas, comandada pelo mestre Júnior Caprichosos, mandou uma das primeiras paradinhas que agitaram o público.

Quem se destacou desfilando próximo à bateria foi Clara e sua mãe Alessandra, que tem a paixão pelo carnaval como tradição de família. Desde os anos 2000, Alessandra desfila pelas escolas de samba e, em 2019, Clara seguiu os passos da mãe, estreando como campeã pela Independentes de São Torquato.

Na passagem do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Marcos Paulo e Marina Zanchetta Marques, pela primeira cabine dos jurados, uma parte da fantasia da porta-bandeira caiu. E chegou a se formar um buraco em relação à ala que vinha à frente.

Ainda na concentração,  Marisa Fernandes Barcelos, 64 anos, integrante da velha guarda que foi a primeira-porta bandeira da Jucutuquara, foi bastante aplaudida enquanto subia no último carro da escola.

O segundo carro, com 20 metros de comprimento e 10,5 metros de altura e elementos giratórios, levou a Índia para a avenida, mostrando que o coração é o símbolo da morada de Brahma, divindade do hinduísmo.

Abrindo a ala das baianas, com 40 componentes, dona Eva Rocha, de 77 anos, se apresentou na cadeiras de rodas, acenando e mandando beijos para o público.

O terceiro carro da escola, chamado Explode Coração, lembrando enredos que emocionaram carnavais, teve problemas para entrar na avenida, o que adiantou a entrada das três últimas alas (Velha Guarda, Compositores e Amigos da Nação).

Ao final do desfile o terceiro carro passou por outro problema, ao enganchar a parte mais alta em uma câmera de transmissão, o que quase provocou um acidente. A Unidos de Jucutuquara fechou o desfile com 1 hora, 4 minutos e 33 segundos. O limite é 62 minutos.

Após a apresentação da escola, o presidente da Unidos de Jucutuquara, Ewerton Fernandes, exaltou o trabalho dos integrantes da agremiação, afirmando que muitas das fantasias e adereços foram feitos de materiais recicláveis e itens de brilho, para poder conseguir fazer o desfile com a verba que tinham. 

"A gente tem mais coisas positivas que negativas para falar sobre o desfile. A gente conseguiu resgatar dentro da escola a estrutura com alas da criança, alas da comunidade. Conseguimos recuperar o nosso espaço de ensaio, que é junto ao Clube Anchieta Social, parceiro da escola há muitos anos", destacou sobre o saldo do desfile no Sambão.

A respeito do tempo de desfile, que ultrapassou dois minutos do limite, ele afirmou que deve entrar com recurso na liga devido ao acidente do carro com a câmera, considerado por ele um acidente de percurso. 

A Jucutuquara contou com 1.600 componentes, com 25 alas, três carros alegóricos e um tripé,

Confira o desfile da Jucutuquara no Carnaval de Vitória de 2025(Carlos Alberto)

História da agremiação

A Unidos de Jucutuquara é uma das escolas de samba mais tradicionais do Espírito Santo e nasceu no bairro de mesmo nome, na cidade de Vitória. A agremiação existe desde 1972 e conta com 7 títulos de campeã na história do Grupo Especial do carnaval capixaba. 

Samba enredo

Jucutuquara faz pulsar meu coração
Você é minha paixão, pra sempre vou te amar
Transborda em meu peito um amor sem igual
Cadência perfeita do meu carnaval


Eu sou o som que anuncia a nova vida
Cada batida é um sentimento nessa canção
Vibrando ao pisar na avenida
Viver, sorrir, cantar, chorar de emoção
Atravessei o tempo, de várias formas é possível me encontrar
Me abro na fé, reacendendo a chama que conduz o meu viver
Sagrada e divina inspiração, quando ressoa a bateria da nação

Vai disparar mais uma vez quando a sirene tocar
A máquina da vida não pode parar
Quem doa renova a esperança de um bamba
Carrego na veia a herança do samba


Lar de tantos amores, chama que jamais se apagará
Dos mais singelos sabores, um doce encontro a luz do luar
Incondicional o mais puro afeto maternal
Me abraça, me cura, sempre entrega sua ternura
É gol! Adrenalina na arquibancada, vibrando uma torcida apaixonada
Coruja em meu peito fez morada,
Explodem as cores do meu pavilhão,
O surdo firmando vem na marcação,
E o povo inteiro vai saber que o meu amor é você.

Ficha técnica

Após 16 anos de molho e sem nenhuma vitória no carnaval capixaba, a escola verde e vermelha está confiante e atrás do seu 8° título no Grupo Especial. Neste ano a Jucutuquara conta com 1.600 componentes, com 25 alas, três carros alegóricos e um tripé, dividido em três setores que vão explorar a força do coração e os diferentes tipos de amores que uma pessoa pode ter: seja um romance, por religião ou time de futebol, e é claro, o amor pela própria escola de samba.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais