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Jucutuquara briga por mais um título com homenagem ao mosteiro de Ibiraçu

Jucutuquara briga por mais um título com homenagem ao mosteiro de Ibiraçu

Segundo escola a entrar no Sambão do Povo na noite deste sábado (3), a Unidos de Jucutuquara busca levantar a 8ª taça após jejum de 15 anos

Publicado em 3 de fevereiro de 2024 às 23:44

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Maria Fernanda Conti
[email protected]
Ludson Nobre
Repórter / [email protected]

Segunda a desfilar no Sambão do Povo neste sábado (3), a Unidos de Jucutuquara entrou na avenida homenageando o cinquentenário do Mosteiro Zen Morro da Vargem, em Ibiraçu, no Norte do Espírito Santo. A escola de samba traz o enredo "Gassho. Caminhos de sabedoria", que fala do budismo. A agremiação já levou sete vezes o troféu do Carnaval de Vitória (entre 1990 e 2009) e quer levantar a taça mais uma vez. Em 2023, a escola foi vice-campeã, ao mostrar a contribuição dos nordestinos no Espírito Santo com o enredo “Onde Ocê Foi Morar?”

Confira o desfile da Jucutuquara no Carnaval de Vitória 2024 (Ricardo Medeiros)

Ainda na concentração, assim que o sinal verde foi dado, integrantes da comissão de frente se uniram para fazer uma oração. Sob muitos aplausos, entraram na avenida exatamente às 23h20, com muita energia e animando os foliões que acompanhavam o desfile. 

Uma surpresa impressionou o público logo no início: na comissão de frente, um elemento cenográfico "flutuou" para representar o nascimento de Buda, mentor da filosofia budista. Em poucos segundos, integrantes também fizeram uma rápida mudança de vestimenta e começaram a se revezar entre o interior do tripé e a avenida. 

Tradicionais na cultura oriental, os quimonos foram destaque nas primeiras alas, representando as três principais linhas de Budismo no mundo: indiana, chinesa e japonesa. Outros assuntos abordados pela escola foram o respeito à natureza, através de diferentes flores; e as famosas cerimônias do chá – consideradas um "caminho para o autoconhecimento".

Com 30 metros de altura, o máximo dentro do regulamento, a escola trouxe no carro abre-alas a coruja, símbolo da Jucutuquara, vestida de samurai. Ela também lançou na avenida uma essência de perfume de flores e reproduções de imagens de budas que atualmente pertencem ao mosteiro. Houve ainda uma referência às gueixas e aos templos budistas.

Os portais torii, que representam a sorte e levam aos bons caminhos, abrilhantaram ainda mais a bateria, que fez várias paradinhas diante do primeiro corpo de jurados. Houve ainda uma reverência dos integrantes, como se fosse uma saudação — muito utilizada entre os budistas.

O segundo carro alegórico tomou a avenida representando os diferentes sons dentro dos templos budistas. Alguns dos principais elementos foram os tambores e sinos. De acordo com a crença do mosteiro, o soar dos sinos e tambores significa uma forma de purificação e saudação.

Coloridas e remontando às flores de cerejeira, as baianas da Unidos de Jucutuquara levantaram o público. Já a ala posterior ao segundo carro alegórico apresentou problemas com as fantasias. Muitos acessórios de integrantes caíram no chão, mas foram rapidamente colocados no lugar.

O principal destaque foi o terceiro e último carro alegórico, onde estava o Grande Buda de Ibiraçu. Considerada um dos maiores cartões-postais do Espírito Santo, a estátua se mostrou imponente em todo o Sambão do Povo.

Antes da entrada do último carro alegórico, alguns pequenos "buracos" começaram a se formar entre as alas. Faltavam cerca de 20 minutos quando os membros aceleraram o ritmo, com medo de não cumprir o tempo máximo do desfile, que é de 62 minutos. 

Embora a escola tenha conseguido finalizar a tempo, com 61 minutos, o fim do desfile foi de correria. Depois do susto, diretoria e membros da harmonia foram às lágrimas e comemoraram muito. 

FICHA TÉCNICA 

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