Com homenagem à boemia capixaba dos anos 1930 aos 1950, a Novo Império será a quinta escola a se apresentar no desfile do Grupo Especial do Carnaval de Vitória, no Sambão do Povo, no próximo dia 22. A agremiação entra na disputa com o enredo “As voltas que a vida dá ”, que vai fazer uma espécie de viagem para o passado para celebrar e recordar os anos de ouro da Capital.
A escola imperiana, uma das mais tradicionais do Espírito Santo, nasceu na região de Santo Antônio e Caratoíra. Com sete títulos, a agremiação soltou o grito de campeã pela última vez em 2022, com o enredo "Santo Antônio, Olhai por Nós!" A Azul e Rosa enfrentou momentos difíceis na apresentação do ano passado, ficando em sexto lugar na disputa entre sete escolas.
Entretanto, neste ano, a ordem do desfile não seguirá como a de costume, que define que a agremiação que ocupou a penúltima colocação será a primeira escola a sair na avenida no ano seguinte. Com isso, a Novo Império será a 5ª a passar pelo Sambão devido a uma troca feita com a Unidos de Jucutuquara.
O carnavalesco Osvaldo Garcia tem 24 anos de atuação na folia capixaba e conta que a escola está preparando um grande desfile, que promete impressionar os foliões.
O desfile vai levar os foliões de volta ao passado, revivendo a história capixaba na avenida, revivendo a época de 1930 a 1950, e celebrando a boemia vivida naquele tempo. “O desfile é um recorte temporal dos anos 30 aos anos 50, onde a gente fala da boemia capixaba. A primeira volta do desfile, é a curva de Saldanha, no entorno do do Cassino Trianon, que é uma história que poucos conhecem. Então a gente também tá levando um pouco da memória capixaba que está perdida.”
A Novo Império vai apresentar 21 alas, três alegorias e quatro tripés que vão resgatar uma capital conhecida pelos mais antigos. “Vamos mostrar Vitória ainda com aquele ar bucólico, uma ideia de modernidade amparada pela arte nova, no modelo francês é na Belle Époque”, explica.
A escola também vai apresentar, na Volta de Caratoíra, uma parte da história que, apesar de ser conhecida, era marginalizada pela sociedade da época. “Era onde você tinha as meretrizes, que, obviamente eram extremamente frequentadas pela alta sociedade, mas que eram preteridos à luz do dia”, pontua o carnavalesco.
Garcia conta que o processo de construção do carnaval teve a ajuda de muitas pessoas para que as informações fossem reunidas com a maior confiança possível. “É interessante que essa construção se deu através de relatos jornalísticos e muita história oral, porque Vitória, além de ser uma cidade extremamente tradicional, ocupava a vida boêmia”, detalha Garcia.
O carnavalesco aposta que o enredo vai levar a Azul e Rosa para o pódio e que a comunidade ficará satisfeita com o resultado que será entregue no Sambão do Povo. “Eu acho que o desfile vai ser gostoso de se ver. Na verdade, eu não estou primando o título, não. Eu quero projetar o Império para o pódio, mas a minha intenção agora, entrando na agremiação, é entregar a eles um desfile contagiante e que brinquem bastante. Se der o título, a gente tá aí, né? É lógico”, completa.
A Novo Império conquistou o Carnaval de Vitória pela última vez em 2022, e não em 2016, como publicado anteriormente. O texto foi corrigido.
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