Um dos momentos que mais repercutiu no domingo (5) foi quando parte da estrutura de um dos carros do Pega no Samba cedeu, derrubando um dos destaques da escola. A agremiação havia voltado para o Grupo Especial do Carnaval de Vitória em 2024 e, por isso, foi a última a desfilar, com o enredo "Pérolas do Deserto", uma viagem aos Emirados Árabes Unidos.
O desfile, porém, não agradou os jurados. Com apenas 175,20 pontos, a escola ficou em último lugar na apuração realizada nesta quarta-feira (7), foi rebaixada e, assim, retornará para o grupo de acesso A em 2025.
Durante o desfile, foi possível observar componentes usando bermudas e calças à mostra, além de muitas fantasias com acabamento descolando ou descosturando.
O diretor geral do Pega no Samba, Luiz Felipe Costa, contou que já esperava o resultado ruim deste ano. “Agora é replanejar e pensar no futuro. Já temos enredo definido e, em alguns minutos, a comunidade do samba vai saber o que o Pega vai levar para avenida em 2025”.
Confira as notas e a colocação final
A agremiação, que nunca foi campeã do grupo de elite, entrou na passarela da folia às 6h22, narrando a sabedoria milenar de um povo que construiu cidades prósperas em meio ao deserto. Na abertura, a escola mostrou os "Reinos do Deserto". Na comissão de frente, os "Nômades Mercadores" foram representados por componentes que cruzavam o deserto comercializando mercadorias variadas.
Na primeira ala, o Pega mostrou as estrelas, usadas para guiar as caravanas nômades em meio ao "mar de areia". O elemento principal foi o camelo, animal utilizado pelos viajantes durante as longas jornadas. O carro abre-alas, chamado de "Um Oásis Encontrar" e predominantemente dourado, mostrava um palácio árabe que representava o poderio político e econômico do povo homenageado.
Na avenida, a escola também contou sobre a importância do petróleo, "O Ouro Negro que Prepara o Futuro", tradicionalmente encontrado no Oriente Médio.
Na segunda ala, a agremiação mostrou mapas e instrumentos que auxiliaram a descoberta de novos territórios. Entre as baianas, a homenagem ficou por conta da "cafeomancia", a prática de "ler o futuro" a partir de desenhos que a borra de café deixa em xícaras, de acordo com as tradições dos árabes.
Além de exaltar o petróleo e as pérolas, materiais de suma importância para a economia árabe, o Pega no Samba representou o café arábica, o cacau e a rica culinária do país. Para isso, a escola contou com três alas, que, respectivamente, usavam fantasias verde e amarelo, fazendo alusão ao Brasil e sua ligação com o café; verde e azul, carregando cacau na cabeça; e outra com 40 componentes vestidos como chefs de cozinha.
Com 150 componentes, a bateria chamou o público da arquibancada para cantar e sambar e fez homenagem ao Sheik Zayed, considerado o fundador e principal governante dos Emirados Árabes. A história conta que Zayed foi responsável por iniciar negociações importantes para o desenvolvimento de seu povo.
Durante o desfile, foi possível observar componentes usando bermudas e calças à mostra, além de muitas fantasias com acabamento descolando ou descosturando. Fechando a apresentação, a escola trouxe histórias e contos árabes datados do século IX, além de elementos que faziam referência ao desenvolvimento dos numerais.
Entre os elementos principais dos últimos carros, estava a conhecida história de Ali Babá e os 40 ladrões, que foi representada por cavalos e tesouros. Por volta das 7h20 da manhã, o Pega no Samba encerrou o desfile após 58 minutos e 24 segundos na avenida.
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