As últimas semanas tem sido de chuvas e temperaturas mais amenas no Espírito Santo, o que chamou a atenção dos capixabas, que lembram que o verão 2024 foi de muito calor e pouca umidade. Mas o que mudou de um ano para o outro? A explicação tem um nome: La Niña, um fenômeno caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico.
Mas sozinho, o La Niña não tem muita força para provocar tantos temporais como os ocorridos no Estado. O que acontece é que o fenômeno climático favorece o deslocamento das frentes frias pela costa do Sul e do Sudeste. Essa passagem de frentes frias ajuda a organizar corredores de umidade, facilitando a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
“Essa característica que leva muita chuva em curto espaço de tempo, como vimos no Espírito Santo, é um sinal claro do La Niña, que favorece principalmente a formação de canais umidade", explicou o meteorologista da Climatempo, Guilherme Borges.
Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (Noaa), o La Niña deve continuar entre fevereiro e abril deste ano, com 59% de chance de persistência.
Conforme Guilherme Borges, desde o início do verão, em 21 de dezembro de 2024, três ZCAS já se formaram no Brasil.
Isso significa que pode chover mais nos próximos dias?
De acordo com o meteorologista da Climatempo, as previsões de curto e médio prazo mostram novas estabilizações de fenômenos como as ZCAS, provocando mais chuvas no Espírito Santo. Vale lembrar que o Espírito Santo acumula avisos meteorológicos para chuvas há mais de uma semana.
“Podemos dizer que devemos ter uma estação bem chuvosa, com um volume de chuva acima da média. Isso preocupa justamente porque já vem tendo deslizamentos reportados em Estados vizinhos como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Então a gente vai deve começar a ter esse cenário mais exacerbado ao longo dos próximos meses justamente porque é uma condição de muita chuva”, relatou.
No verão de 2024, os capixabas viveram dias de recorde de temperaturas altas, com as passagens de ondas de calor pelo Brasil. Naquela época, as temperaturas estavam também sendo influenciadas pelo El Niño, que reforça o calor no verão e deixa o inverno menos rigoroso no país.
O meteorologista do Incaper, Ivaniel Maia, explicou que no ano passando não houve a incursão da formação de ZCAS suficientes no Espírito Santo para que provocasse chuvas com grandes volumes.
“Se a gente comparar com o início do ano passado, a gente observa que lá foi muito mais quente e mais seco do que estamos evidenciando agora. Em 2024 estávamos sob o efeito do El Niño”, explicou Ivaniel Maia.
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