A temporada de verão é um convite para banhos em rios e cachoeiras, mas também é época de chuvas volumosas e inesperadas, que podem acarretar fenômenos climáticos como a cabeça d'água. Esse fenômeno já provocou mortes em várias regiões do Brasil e ocorre quando muita chuva cai rapidamente sobre áreas de rio, causando aumento repentino do volume das águas, surpreendendo banhistas.
Essa situação é mais comum do que se imagina e pode ocorrer quase que inesperadamente. É o que garante a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Marlene Leal. A especialista ressalta, porém, que este fenômeno é equivocadamente confundido com outro, a tromba d'água.
"Para que as duas coisas aconteçam, e elas são diferentes, é preciso ter uma condição de chuva forte, seja de frente fria, por aquecimento (do ar) ou umidade relativa alta, formando aqueles cumulonimbus, que são nuvens carregadas com muita água e que são as causadoras de tempestades com grande volume de precipitação em um curto tempo. Com esses fatores, a cabeça d'água é perigosíssima porque pode ocorrer de se estar em uma cachoeira e com tempo bom e céu claro, mas na cabeceira do rio já está com uma condição de chuva forte. Então pode ocorrer um transbordamento e essa água vai descer rapidamente. Ela ocorre repentinamente e pode nem ser percebida por quem está na água", ressaltou.
Embora ocorram em condições climáticas semelhantes, esses fenômenos são diferentes. A cabeça d'água é uma situação que ocorre especificamente sobre cabeceiras de rios ou cachoeiras e é mais comum no verão, visto a maior quantidade de chuvas. Ela acontece quando uma nuvem volumosa se rompe de repente em forma de chuva rápida, despejando muita água e aumentando o volume do rio ou cachoeira, por isso torna-se tão perigosa.
A tromba d'água, por sua vez, é quando uma nuvem intensa de chuva forma uma espécie de funil sobre uma área aberta e com muita água, como acontece nos oceanos e rios caudalosos, por isso o fenômeno é mais comum na Região Norte do Brasil.
Por ser uma estação quente o verão faz com que muitos banhistas procurem rios e cachoeiras em busca de um refresco para o calorão. É preciso, contudo, observar pequenas mudanças no ambiente e no clima para evitar se colocar em risco, detalha a meteorologista do Inmet.
"Até uma trovoada ou trovão que se escute já pode ser um indicativo de que tem chuva próxima. A presença de nuvens escuras na região ou uma mudança do vento já indicam que uma cabeça d'água pode estar ocorrendo mais acima do rio, ou cachoeira", alerta Marlene Leal.
O ideal, reforça a especialista, é evitar esses locais no verão, visto as rápidas mudanças climáticas típicas da estação. Mas caso já esteja em um rio ou cachoeira, o indicado é procurar por locais mais altos para evitar ser levado pela corredeiras. Se não for possível, a recomendação é procurar um local para se proteger da água, como uma pedra alta, por exemplo. Outra dica importante é sempre observar a previsão do tempo nas regiões para as quais se desejam ir.
A resposta é não. Segundo a meteorologista, tanto a cabeça como a tromba d'água são imprevisíveis. Os mapas climáticos são incapazes de dizer quando e os locais que os dois fenômenos podem ocorrer. O que a previsão pode indicar é se há ou não probabilidade de chuva em determinada região onde eventualmente exista cabeceira de rio. Dessa forma, o banhista já saberá se estará deslocando-se para uma região de potencial risco.
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