Além das altas temperaturas registradas no Estado neste mês de janeiro, de acordo com o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), de maneira geral, todos os municípios do Espirito Santo estão com chuvas abaixo do normal para o mês de janeiro. Nos municípios que ocorreram chuva, os acumulados não foram suficientes para atingir nem a metade da média para Janeiro. Em outros, não choveu um dia sequer durante o mês.
Vila Velha foi o município que registrou o menor índice de chuva em janeiro, com apenas 7,9 milímetros, o que representa o índice de 6,08% do esperado no primeiro mês do ano. Em 2020, a título de comparação, foram registrados 236 milímetros de chuva no município canela-verde, o que foi considerado acima da média.
Vitória registrou o segundo menor índice de chuva em janeiro, com 13,8 milímetros, ou 10.62% do esperado para o mês. No ano passado, o município contou com 264 milímetros de chuva, valor acima da média esperada para o mês.
A pequena quantidade de chuva no Estado se justifica em virtude do sistema de alta pressão atmosférica (ASAS) atuante sobre a região Sudeste do país neste período do ano. Porém, ele está persistindo por várias semanas, desde o final de dezembro de 2020.
Além de inibir a formação de nuvens, o sistema causa um “bloqueio na atmosfera”, que dificulta o avanço das frentes frias e do ar polar na região Sudeste do Brasil. Com isso, de acordo com o Incaper, no Espírito Santo, não houve a formação das nuvens suficientes com potencial para provocar as chuvas volumosas de verão, que normalmente caem sobre o Estado no primeiro mês do ano.
Em um mês de altas temperaturas e poucas chuvas em solo capixaba, com recordes de calor na primeira e na última semana, o município de Cachoeiro de Itapemirim, ao Sul do Estado, marcou o índice mais elevado: de 37,2°C nessa quinta-feira (28). Ecoporanga, ao Norte do Espírito Santo, não ficou muito atrás, o município registrou 37°C no dia 8 de janeiro. Também no pódio ficou o município de Alegre, com 36,5°C ontem (28).
Nessa quinta-feira (28), também a Capital capixaba bateu o recorde de calor já registrado neste ano. De acordo com o Instituto Climatempo, a maior temperatura registrada em Vitória este ano era de 33,5° C, no dia 20 de janeiro. Na tarde de ontem (28), as estações de medição automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registraram 35,2°C. Nesta sexta-feira (29), a expectativa é de manutenção por volta dos 35°C nos termômetros de Vitória.
Para fevereiro, o meteorologista do Incaper, Ivaniel Foro, disse, em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, para a CBN Vitória, que acredita que não haja grandes mudanças. "Tivemos agora nossa reunião climática e fevereiro não tende a ser um mês com muita chuva. Já é naturalmente um mês com pouca chuva, com a característica do veranico. E em março geralmente temos as chuvas como sendo normais. Mas em fevereiro não temos expectativa de chuvas volumosas, e as temperaturas continuam elevadas", afirmou.
Segundo Ivaniel Foro, as chuvas devem ficar dentro do nível normal ou até abaixo do que se espera para fevereiro. "Não teremos chuva para repor a que não caiu em janeiro. Isso indica tempo preocupante mais à frente, pois no meio do ano já há a tendência do tempo ser mais seco, o que acende um sinal de alerta. Nós no Incaper monitoramos as secas, e com base nos acumulados de chuva de dezembro e janeiro, estamos em estágio de seca fraca. O campo já começa a sofrer com o solo mais seco e isso pode trazer resultados negativos mais para frente em alguns setores", acrescentou.
Como temperatura média esperada para fevereiro, o especialista diz que será abaixo dos 30 e próxima aos 28 graus nas regiões mais baixas e 26 graus nas mais altas, como a região Serrana do Estado. "Mesmo com a temperatura média abaixo dos 30, haverá dias que, sem dúvidas, ultrapassam os 30 graus, com certeza, inclusive na região Serrana", concluiu.
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