Ano após ano, as enchentes que assolam municípios de Norte a Sul do Espírito Santo deixam diferentes marcas nos capixabas. Faltando poucos dias para terminar 2022, devido às fortes chuvas, muitas pessoas perderam tudo e vão precisar recomeçar do zero para conseguir montar a própria casa ou a sua fonte de renda de novo.
É o caso de Cristiano Meireles Santos, de 49 anos, que mora no bairro Bubu, em Cariacica, um dos mais atingidos pela chuva desse sábado (3). Em entrevista ao repórter fotográfico Carlos Alberto Silva, de A Gazeta, na manhã deste domingo (4), ele narrou que está desempregado e perdeu boa parte dos móveis da casa.
"Perdi três guarda-roupas, um armário de cozinha, as roupas que a água saiu carregando, mantimentos também... Difícil. Moro aqui há uns 40 e poucos anos. Desde criança, moro aqui. Teve três enchentes, mas esta foi a pior, devido à força da água. Ela veio carregando tudo", lamenta.
Segundo o morador, em poucos minutos, a água chegou a subir meio metro. Diante dos prejuízos, ele pediu por muita proteção divina para conseguir se reerguer: "Agora, é começar tudo de novo. Pedir a Deus força, porque não é fácil levantar a casa mais, e pedir proteção", afirma.
Para o empresário Robério Ferrarini, de 38 anos, o sofrimento foi em dose dupla: além de perder a casa, ele teve prejuízos na oficina da qual é dono, ambas no bairro Ipanema, em Viana. De acordo com ele, o prejuízo ultrapassou os R$ 200 mil.
"Eu perdi tudo. Carro, duas motos, todos os meus móveis, eletrodomésticos, peças da oficina que eu compro para revender, tudo. O que eu consegui em 38 anos, eu perdi em uma noite. Recuperar isso novamente vai ser muito difícil", desabafa.
Nas imagens registradas por Carlos Alberto Silva, é possível ver alguns móveis do empresário atingidos pela água no meio da rua, misturados ao lixo.
Vias de bairros como Ipanema e Universal, em Viana, foram tomadas pela lama. Enquanto moradores contabilizavam as perdas e tentavam retirar, por conta própria, um pouco da água e a terra acumuladas, equipes da prefeitura também realizavam limpeza na região.
A Prefeitura de Viana informou que tem atuado de forma intensiva em várias frentes de trabalho desde a última quinta-feira (24), contando com apoio das secretarias de Defesa Social (Semdes), Ordem Pública e Serviços Urbanos (Semops) e Agricultura (Semag).
Equipes de limpeza da Semops estiveram neste domingo (04) nos bairros Universal, Parque do Flamengo, Ipanema, Vila Bethânia, Industrial, Bom Pastor e Canaã para realizar trabalho de varrição e recolhimento de móveis e objetos das ruas, valões e bueiros.
A Semag também está atuando na manutenção e desobstrução de estradas rurais. Na manhã deste sábado (03), as equipes trabalharam de forma intensiva nas localidades de Biriricas, Pedra da Mulata e Nova Viana.
Um boletim emitido pela Defesa Civil neste domingo (04) apontou que Colatina foi a cidade onde mais choveu nas últimas 24 horas. Em seguida vem Cariacica, com 116 milímetros. A cidade já registrou cerca de 80 ocorrência de quedas de árvores e pequenos deslizamentos de terra. Onze bairros permanecem alagados. Em Vila Prudêncio, uma casa desabou sem deixar vítimas, mas comprometeu outras 25 residências próximas deixando 150 pessoas desalojadas.
Em Santa Maria de Jatibá choveu 107 milímetros e, em Viana, 91,8.
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