O Espírito Santo tem enfrentado um período de chuvas intensas nos últimos dias. As tempestades atingem diferentes regiões do Estado, com rajadas de vento, raios, relâmpagos e trovões. Com esse tempo, algumas dúvidas podem surgir, como por exemplo: o que são os raios e como eles se formam?
Na realidade, o raio é uma descarga elétrica atmosférica que chega ao solo. De acordo com o Climatempo, essas descargas podem ocorrer dentro de nuvens especiais, porém também surgem durante uma intensa atividade vulcânica, em tempestades de areia e até mesmo sem nuvens presentes no céu.
Apesar disso, o mais comum são as descargas elétricas atmosféricas que se formam em algumas nuvens que possuem um grande desenvolvimento vertical e alcançam mais de 10 km entre sua base e o topo.
Neste caso, parte da nuvem tem temperaturas abaixo de zero, onde se forma o gelo. Estas nuvens são conhecidas como cumulonimbus e são comuns em dias quentes e úmidos. As cumulonimbus são nuvens típicas da primavera/verão no Brasil.
Dentro dessas nuvens são formadas grandes quantidades de pedras de gelo, além de gotas de chuva, cristais de gelo e até mesmo neve. Todas estes elementos se movimentam de forma intensa na nuvem a partir das fortes correntes de ar que existem dentro da cumulonimbus. Portanto, o choque entre as pedras de gelo geram as cargas elétricas na nuvem, explica o Climatempo.
Em determinado momento, a nuvem age como uma pilha, com cargas positivas e negativas em seu interior. As cargas positivas ficam na parte superior da nuvem, enquanto as negativas, na parte inferior. A diferença de cargas gera a faísca, ou seja, a descarga elétrica atmosférica na nuvem. Desse modo, tem-se o raio, que é a descarga elétrica atmosférica que chega ao solo.
Segundo o Climatempo, é possível que ocorram raios que se iniciem nas nuvens e terminem no solo e raios que saem do solo para as nuvens. As descargas elétricas atmosféricas podem acontecer somente entre as nuvens.
A chance de uma pessoa ser atingida por um raio é baixa, sendo em média menor do que 1 para 1 milhão. Apesar disso, esse número pode ser aumentado em mil vezes, caso uma pessoa esteja em uma área descampada. As tempestades que atingem o Brasil exigem cuidados por parte da população. Por isso, veja 12 perguntas e respostas sobre raios.
Em território brasileiro, caem 77,8 milhões de raios por ano e a explicação é geográfica: o país é maior da zona tropical do planeta - área central, onde o clima é mais quente e, por consequência, mais favorável à formação de tempestades e de raios.
Sim. Em geral, os raios caem mais de uma vez em um mesmo lugar quando esta região apresenta grande incidência de raios.
A corrente do raio pode causar queimaduras e outros danos a diversas regiões do corpo. A maioria das mortes de pessoas atingidas por raio é causada por parada cardíaca e respiratória. Sobreviventes desse tipo de situação sofrem por um longo tempo de sérias sequelas psicológicas e orgânicas.
A luz gerada pelo raio chega praticamente de forma instantânea à visão humana. Apesar disso, o som (trovão) demora um certo tempo, já que sua velocidade é menor. Para saber a distância aproximada da queda de um raio, em quilômetros, basta contar o tempo (em segundos) entre o momento em que se observa o raio e se escuta o trovão, e dividir por três.
Relâmpagos são todas as descargas elétricas geradas por nuvens de tempestades, que se conectam ou não ao solo. Já os raios, são apenas as descargas que se conectam ao solo.
Trovão é o som produzido pelo rápido aquecimento e expansão do ar na região atmosférica, onde a corrente elétrica do raio circula.
Em geral, ele é inofensivo, apesar do som ensurdecedor assustar a maioria das pessoas. Porém, o deslocamento do ar pode derrubar um indivíduo que esteja próximo do local de incidência do raio, podendo até mesmo ocasionar sua morte.
Os raios são descargas elétricas de grande intensidade que conectam o solo e as nuvens de tempestade na atmosfera. A intensidade típica de um raio é de 30 mil amperes, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico. A descarga percorre distâncias que chegam a 5 km.
Um raio pode durar até dois segundos, porém, dura, em geral, cerca de meio a um terço de segundo. Entretanto, cada descarga que compõe o raio dura apenas frações de milésimos de segundos.
Um trovão dificilmente pode ser ouvido caso o raio aconteça a uma distância maior do que 20 km.
Sim. Evidências de raios já foram registradas em outros quatro planetas do sistema solar: Vênus, Júpiter, Saturno e Urano.
A região entre Coari e Manaus é a região que mais tem raios do Brasil. A região amazônica deverá ter um aumento na incidência do fenômeno nas próximas décadas.
Com informações do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Elat/Inpe) e do Climatempo
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