Chuva sem fim no Rio Grande do Sul e calor atípico no Espírito Santo e no restante da Região Sudeste em pleno outono. Os dois eventos são considerados históricos e ocorrem em regiões diferentes, mas são causados pelo mesmo fenômeno meteorológico: um forte e longo bloqueio atmosférico. Mas, afinal, quando as precipitações intensas e o calor chegarão ao fim?
Segundo a empresa de meteorologia Climatempo, o tempo só deve normalizar quando esse bloqueio for rompido. A previsão mostra que o fenômeno deve se prolongar até terça-feira (14) de maio.
Bloqueio atmosférico é uma combinação de circulação de ventos em diferentes níveis da atmosfera. Mas quando os vários sistemas meteorológicos causadores desses ventos ficam estacionados por muitos dias, numa mesma posição, as massas de ar não conseguem se mover livremente. O ar frio e o ar quente ficam parados nos mesmos lugares, não se misturam, como deveria ocorrer.
Fonte: Climatempo
Após enfraquecido o bloqueio, as frentes frias devem voltar a fazer o caminho natural: passar pelo Rio Grande do Sul e sobre os demais estados da Região Sul e seguir para o Sudeste. Com o bloqueio, a chuva não tem avançado a outras localidades e fica retida sobre o território gaúcho. As mais intensas, conseguem influenciar até o Centro-Oeste. Entenda a atuação do sistema na arte abaixo.
A empresa de meteorologia explica que, em geral, bloqueios muito fortes como o atual são enfraquecidos ou rompidos por mais de uma frente fria. É como se a primeira desse umas “marretadas no paredão do bloqueio dos ventos” e a segunda “entrasse com as britadeiras de grande porte”.
Maio é um mês em que já é muito comum termos grandes e fortes frentes frias que conseguem levar um pouco de chuva e ar polar para o interior do Brasil, proporcionando dias bastante frios até em estados como Acre, Rondônia e Mato Grosso, e também em áreas do norte de Minas Gerais e Espírito Santo.
A Climatempo explica que não é a primeira e nem será a última vez que acontecem bloqueios, como em abril e em maio deste ano. Em 2020, o Brasil viveu onda de calor histórica de primavera que quebrou recordes de calor de 100 anos. Outro bloqueio também foi registrado em outubro de 2015.
O bloqueio de outono de 2024, no entanto, trouxe um elemento novo e preocupante: a temperatura acima do normal do Oceano Atlântico Tropical. Esse calor tem ajudado a manter a situação de bloqueio atmosférico.
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