A formação de um ciclone ao largo do Litoral Sul e do Sudeste do Brasil acendeu um alerta para os capixabas nesta semana. A reportagem de A Gazeta conversou com o meteorologista Hugo Ramos, do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), que afirmou que, pelo que os profissionais observam, a força dos ventos não está muito intensa e o Estado não deve sentir grandes impactos do fenômeno.
"Estamos acompanhando a evolução do ciclone, ele tem se desenvolvido e até então, está na condição de depressão subtropical e tempestade subtropical. Como ele está posicionado a uma distância da costa do Espírito Santo, é pouco provável que atinja o continente na altura do Estado capixaba", disse.
Ainda assim, o ciclone, nomeado de Potira pela Marinha do Brasil, pode influenciar o Espírito Santo de forma secundária. "Ele está em alto mar, e com isso atividades marítimas sofrem restrições – visto que os ventos podem contribuir para o aumento das ondas. Hoje até que não esperamos rajadas fortes, mas pode ser que no litoral tenha alguma rajada mais intensa", detalhou o profissional.
Questionado sobre a velocidade que os ventos podem atingir esta semana, Hugo Ramos esclarece que na última segunda-feira (20), marcada por chuva forte e rápida em vários trechos da Grande Vitória e no interior do Estado, os ventos chegaram próximos a 50 quilômetros por hora.
O ciclone, que começou classificado como uma baixa pressão atmosférica, continuou evoluindo, e nesta terça-feira (20) foi reclassificado pela Marinha do Brasil oficialmente como tempestade subtropical, que recebeu o nome de Potira.
"Diferente da tabela de furacões dos Estados Unidos, a Marinha divulga uma lista porque esse tipo de fenômeno ocorre com frequência menor no Brasil. A Marinha tem uma frequência que, desde 2011 para cá, os nomes vêm sendo sequenciados. Ao final, criam uma lista de nomes. Esta, os nomes são em tupi-guarani", explicou Ramos.
Questionado, Ramos afirmou que ainda não há expectativas de quanto o Potira vai se afastar da costa da região Sudeste, e que há uma incerteza sobre o assunto. "Modelos apontam incerteza em relação ao posicionamento dele. Alguns apontam que ele deve se afastar. Tem toda uma trajetória. Ele se formou um pouco acima das linhas dos trópicos. Havia a expectativa de que ele teria um comportamento mais autônomo, com alguma evolução", disse.
"Agora parece que ele vai interagir com a frente fria que está passando pelo oceano e vai se afastar por lá. A Marinha acompanha a trajetória dele através de instrumentação específica, e pelas simulações ela vê justamente que ele pode se afastar nos próximos dias. Mas ainda é uma análise", finalizou o meteorologista.
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