A instabilidade que afeta o tempo no Espírito Santo de forma mais incessante desde o fim de novembro anuncia um período de chuvas acima da média, conforme institutos nacionais e o regional de meteorologia. O meteorologista Hugo Ramos explica que o próximo trimestre deve ter acumulados superiores a outros anos. Na quinta-feira (1º), o Corpo de Bombeiros Estadual já havia feito uma relação entre as chuvas deste ano e de 2013, quando 23 pessoas morreram e mais de 60 mil ficaram fora de casa.
Na avaliação do meteorologista do Incaper Hugo Ramos, tanto o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural, como institutos nacionais dão como certo que o trimestre compreendido entre dezembro e fevereiro será de chuvas acima da média.
"De acordo com a tendência dos modelos climáticos, tanto dos centros mundiais, centros nacionais de meteorologia, como o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e os regionais, como o Incaper, todos eles acabam praticamente concordando que existe uma grande chance do Espírito Santo passar por mais um trimestre, entre dezembro, janeiro e fevereiro, na transição primavera e verão, com tendência de chuvas acima da média", destaca.
Hugo Ramos destaca que existe uma tendência de volume de chuva média nesse período sazonal de três meses para determinadas localidades capixabas:
"450 mm, principalmente no centro-Norte do Espírito Santo. No Sul, próximo do Caparaó, ao longo desses três meses, a gente espera 600 mm de chuva, enquanto essa faixa do Litoral Sul à Grande Vitória, Região Serrana entre Santa Leopoldina, Santa Maria e Santa Teresa, no próximo trimestre a gente tem um quantitativo médio de 400 mm de chuva", aponta, ressaltando que esses volumes devem ser ultrapassados.
Durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1º), quando a Defesa Civil atualizou a previsão de chuva e destacou o alerta de chuva ainda mais forte nesta sexta-feira (2), o Corpo de Bombeiros fez uma relação entre as chuvas que vêm ocorrendo agora com as de 2013.
Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Alexandre Cerqueira alegou não haver nenhum motivo para se criar um alarde exacerbado, mas, tecnicamente, a chuva tem caído de maneira espalhada e com maior persistência, como foi há 9 anos. Cerqueira também lembrou que o prognóstico dos institutos de meteorologia para os próximos três meses é que chova acima da média histórica no território capixaba.
"Não é preciso inflacionar nem criar uma situação de pânico nas pessoas. Estamos no ciclo de chuvas mais intensas que se assemelha com as chuvas de 2013. É difícil dizer se vai chegar naquele mesmo estágio do que foi no passado, mas as características são as mesmas. Há um risco e precisamos mudar a chave, ficarmos alertas. Se continuar a chover nessa mesma intensidade nos próximos dias, poderemos chegar a um cenário como aquele", declarou.
Essa chuva deve afetar de forma mais significativa as Regiões Norte e Nordeste do Estado, mas com menor risco de inundação, uma vez que as cabeceiras dos afluentes, em Minas Gerais, não receberam a mesma intensidade de água. Já a Região Sul, tradicionalmente afetada pelas inundações, tem previsão menor para chuvas dessa magnitude, o que difere de 2020, quando Iconha e Afonso Cláudio foram atingidas.
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