As paisagens da Grande Vitória amanheceram ainda mais encobertas por uma espécie de nuvem branca nesta quarta-feira (4). Não há relatos recentes ou previsão de chuva para os próximos dias. A névoa que cobre parte do Espírito Santo é causada por dois fatores independentes, que não têm relação, e que têm significados diferentes para o meio ambiente.
Desde a terça-feira (3), é possível notar em alguns locais da Grande Vitória como a fumaça branca cobre a paisagem. Prédios, pontes e regiões mais altas "desaparecem" em meio ao fenômeno.
Inicialmente, o causador da névoa branca era justamente o "corredor de fumaça" das queimadas na Amazônia. Um mapa divulgado pelo MetSul Meteorologia mostra como o vento trazia a fumaça do Norte para o Sudeste. A fumaça é um reflexo do aumento das queimadas na região. O deslocamento estava previsto entre terça (3) e quarta-feira (4).
O professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Agnaldo Martins explica que o vento não é inédito, mas atualmente está sendo afetado pelo aumento dos incêndios na Amazônia. O especialista ressaltou em entrevista à TV Gazeta que a névoa branca pode permanecer enquanto houver queimadas na região Norte do Brasil.
A névoa branca agora também se explica pela previsão do tempo. As fumaças da Amazônia seguem trazendo uma nuvem branca ao Estado, mas nesta quarta-feira (4) há um ingrediente a mais: A formação de um nevoeiro. Conforme a empresa Climatempo, o nevoeiro deve ser registrado no Sul e Sudeste do Brasil nos próximos dias. O fenômeno tem como principal característica a redução da visibilidade nas primeiras horas da manhã.
Diferentemente do "corredor de fumaça", que poderia chegar a diversas cidades do Espírito Santo, a Climatempo aponta que o nevoeiro deve ficar restrito a Vitória. Cidades no Sul do Rio de Janeiro e parte do litoral de São Paulo também poderão ser afetadas pela névoa branca. Não há previsão de chuva para os próximos dias.
O nevoeiro se forma quando a umidade do ar próxima ao solo se condensa em pequenas gotículas de água. Para que esse fenômeno ocorra, a umidade relativa do ar precisa estar muito alta, geralmente acima de 90%, e a temperatura do ar deve ser baixa. Além disso, é necessário que o vento seja fraco ou inexistente. O resfriamento do ar pode acontecer de duas maneiras: durante a noite, quando há perda de calor, ou quando uma massa de ar frio se desloca sobre uma superfície quente.
Conforme divulgado pelo MetSul Meteorologia, a fumaça da Amazônia chegaria ao Espírito Santo entre terça (3) e quarta-feira (4), mas não traria riscos à saúde. O instituto de meteorologia explicou que a fumaça dos incêndios ficaria suspensa na atmosfera, distante da superfície. O nevoeiro no início da manhã não oferece riscos. Mesmo assim, muitos capixabas têm sentido e relatado o efeito da mudança no tempo. Alguns reclamam de crise alérgica ou até mesmo dificuldade para respirar.
A pneumologista Cilea Martins explica as condições do tempo afetam pessoas com quadros de asma e rinite. Mas também aquelas que nunca tiveram diagnósticos semelhantes. A recomendação é que as pessoas tomem alguns cuidados e bebam bastante água.
Em entrevista à TV Gazeta, a médica ressalta que é fundamental ter uma boa imunidade, que pode ser adquirida por uma alimentação saudável. Crianças e idosos são, normalmente, os mais afetados.
O nevoeiro, e também o "corredor de fumaça", podem diminuir a visibilidade dos motoristas em rodovias estaduais e federais. A recomendação é que as pessoas redobrem a atenção e reduzam a velocidade ao trafegar em áreas afetadas pelo fenômeno. Em entrevista à TV Gazeta, o superintendente Executivo da Polícia Rodoviária Federal no Espírito Santo, Joceir Nunes, deu algumas dicas.
"O ideal é que o motorista se informe sobre a formação do nevoeiro e busque trafegar em horários em que ele tenha visibilidade. Sempre que acontecer a redução da visibilidade, o condutor deve andar mais devagar e usar o farol baixo ou o farol de neblina. Nunca pare na via ou no acostamento. Sempre que possível, procure um local seguro", afirmou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta