Com o objetivo de compreender os efeitos das mudanças no climáticas na biodiversidade marinha, um grupo de pesquisadores de mais de 30 universidades do mundo está realizando um estudo nas águas profundas do oceano Atlântico. O grupo que irá realizar a pesquisa no Brasil é coordenado pelo professor Ângelo Bernardino, do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Uma aluna de doutorado da Ufes e universitários de São Paulo, do Vale do Itajaí e da Federal de Santa Catarina compõem a equipe de pesquisa brasileira.
Em entrevista a Rádio CBN Vitória nesta quinta-feira (17), o professor explicou que este é o maior estudo já realizado sobre a saúde dos ecossistemas profundos do Oceano Atlântico. As principais áreas a serem estudadas no Brasil serão a Bacia de Santos, que fica entre o Rio de Janeiro e São Paulo e a Cadeia Vitória Trindade, no Espírito Santo. Nessas áreas serão usados robôs, submarinos e equipamentos de pesquisa de alta tecnologia para a coleta amostras do fundo marinho. A pesquisa será realizada em profundidades abaixo de 200 metros e com temperaturas abaixo de 5 ºC.
Na área capixaba da Ilha de Trindade o objetivo será também explorar a biodiversidade e a importância daquela região para a vida marinha. O professor explicou que, atualmente as únicas pesquisas na Ilha de Trindade são relacionadas ao relevo.
Ao contrário do que se pensa os oceanos não abrigam apenas a vida marinha de potencial biotecnológico, mas também são responsáveis por grande parte da absorção do CO2 da atmosfera e auxiliam na manutenção do clima. É necessário manter a oxigenação dos oceanos para garantir a vida naquele ambiente e evitar casos de extinção.
O professor destaca que o projeto começou em junho deste ano, mas em novembro de 2020 será realizado o primeiro cruzeiro de estudos brasileiros. Por meio desses cruzeiros, que também devem atracar no porto de Vitória, o professor pretende abrir o navio de pesquisa a visitação para estudantes possam conhecer a embarcação. Os primeiros dados da pesquisa devem ser divulgados nos próximos dois anos.
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