O Espírito Santo registrou aumento na severidade da seca entre os meses de junho e julho deste ano. A informação é do Monitor de Secas. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), 50 cidades do Estado tiveram essa mudança na intensidade de fraca para moderada.
Em junho, segundo o mapa (veja acima), o Estado estava com a marca de seca fraca. No entanto, a partir de julho, parte do território capixaba agravou a intensidade para seca moderada. No Sudeste, o mesmo fenômeno, de piora na seca, aconteceu em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo.
Conforme o Monitor de Secas, esse agravamento se deu devido às chuvas abaixo da média. Os impactos são de curto e longo prazo no centro-norte do Estado e de curto prazo no restante do Espírito Santo.
Em termos de área, 100% do território capixaba se manteve com seca, entre junho e julho — período em que foi feita a última atualização pelo Monitor de Secas.
A empresa de meteorologia Climatempo divulgou que, no Espírito Santo, essa é a condição mais severa em território capixaba desde outubro de 2022, quando houve seca moderada em 81% do Estado.
O meteorologista Hugo Ramos, do Incaper, enviou um documento do órgão com o detalhamento de quais pontos do Espírito Santo estão com seca fraca e moderada. De acordo com ele, aqui no Estado, 50 municípios tiveram o agravamento nos níveis.
Segundo os dados de julho, os municípios com seca fraca são: Afonso Cláudio, Afonso Cláudio, Alfredo Chaves, Anchieta, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Conceição do Castelo, Divino de São Lourenço, Domingos Martins, Dores do Rio Preto, Guarapari, Ibatiba, Ibitirama, Iconha, Irupi, Itapemirim, Iúna, Marechal Floriano, Marataízes, Muniz Freire, Piúma, Rio Novo do Sul, Vargem Alta, Venda Nova do Imigrante, Viana, Vila Velha e Vitória.
Já os que estão na lista de seca moderada são os seguintes: Água Doce do Norte, Águia Branca, Alegre, Alto Rio Novo, Apiacá, Aracruz, Atílio Vivácqua, Baixo Guandu, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Bom Jesus do Norte, Colatina, Conceição da Barra, Ecoporanga, Fundão, Governador Lindenberg, Guaçuí, Ibiraçu, Itaguaçu, Itarana, Jaguaré, Jerônimo Monteiro, João Neiva, Laranja da Terra, Linhares, Mantenópolis, Marilândia, Mimoso do Sul, Montanha, Mucurici, Muqui, Nova Venécia, Pancas, Pedro Canário, Pinheiros, Ponto Belo, Presidente Kennedy, Rio Bananal, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa, São Domingos do Norte, São Gabriel da Palha, São José do Calçado, São Mateus, São Roque do Canaã, Serra, Sooretama, Vila Pavão e Vila Valério.
"A gente está na época mais seca no ano, então a chuva fica menos frequente. Para alguns tipos de culturas, que são mais sensíveis, isso impacta em função da falta de água e calor, então elas têm seu desenvolvimento limitado. A seca é um processo. A gente sempre tem que ter esse acompanhamento para saber onde ela vai chegar", detalhou o especialista.
De acordo com Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia da Tempo OK, essa evolução do nível da seca no Espírito Santo significa que choveu pouquíssimo, e essa pouca chuva não foi suficiente para deixar o solo úmido.
"O impacto desse cenário é que, quando voltar a chover, o solo vai demorar um pouco mais para absorver a chuva. Isso porque, quando o solo está muito seco, a chuva que acontece escoa antes de infiltrar no solo", detalhou Sassaki.
Também há impactos no solo, que fica fragilizado pela falta de umidade, além da redução dos níveis dos rios e reservatórios.
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