O verão acabou no último dia 20 e o outono já trouxe frente fria e chuvas para o Espírito Santo, atendendo aos pedidos de capixabas que estavam cansados do clima quente. Mas além do calorão insistente, a estação mais quente no Estado foi marcada pela falta de chuva, principalmente em Vitória.
Conforme informações divulgadas pelo portal Climatempo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a Capital registrou 208,4 mm de chuva durante o verão. Isso representa um valor quase 50% abaixo da média normal que, como apontou o Inmet, é de 417,8 mm.
Como comparação, o Climatempo trouxe dados do verão de 2020/2021, no qual Vitória registrou 542,5 mm de precipitações ao longo da estação.
Analisando outras capitais da Região Sudeste do Brasil, Vitória teve a média mais baixa de chuvas do verão de 2021/2022. Em São Paulo, foram 690,8 mm, 6% abaixo da média de 730 mm. Já no Rio de Janeiro, foram contabilizados 279,4 mm, um valor cerca de 30% menor que a média de 401,7 mm. Belo Horizonte foi a única capital a registrar mais chuva que o normal: foram 1.028 mm, 18,2% a mais que a média de 869,4 mm.
A famosa canção de Tom Jobim diz que são as águas de março que fecham o verão, mas não foi isso que aconteceu em Vitória. Por conta do fenômeno La Niña e de um sistema de alta pressão, a Capital registrou apenas 9,2 mm de chuvas nos primeiros quinze dias do mês de março, segundo o Inmet.
A meteorologista do Inmet Andrea Ramos afirma que há um Vórtice Ciclônico em Altos Níveis (VCAN) afetando a região do Espírito Santo. Esse sistema de alta pressão promove dias com céu aberto, com poucas nuvens, deixando as temperaturas mais altas e afastando as chances de chuva.
"O sistema de alta pressão promove dias sem chuva e mais quentes. Importante lembrar que há efeito da La Niña, que é responsável por diminuir as chuvas na região Centro-Sul do Brasil. Ela modifica a circulação global, não apenas no Espírito Santo, influenciando diretamente na chuva e na temperatura", disse.
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