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Economia do ES cresceu, mas ainda não reagiu

Economia do ES cresceu, mas ainda não reagiu

No ano, PIB capixaba avançou apenas 0,2%

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 08:11

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Crescimento do PIB ainda é tímido no ES. (Pixabay)

Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo divulgados na última quarta-feira pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) podem ser vistos sob algumas óticas. Na coluna de hoje, vou chamar atenção para três: a frustração do ritmo de crescimento, a indústria como a principal vilã dos resultados e o fôlego vindo das famílias.

Ritmo

Ainda que o PIB tenha crescido 2,5% no segundo trimestre de 2019 na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o acumulado do ano mostra que a economia capixaba continua apática. De janeiro a junho, houve um avanço de tímidos 0,2%, contra 0,7% registrado no país no mesmo período. Ou seja, crescemos, mas não reagimos de forma consistente.

O que acontece com o Espírito Santo, entretanto, não é nada fora da curva dado o cenário nacional, que continua sem fôlego para recuperar o crescimento. Mas aqui ainda há o agravante de sermos um Estado com forte abertura para o comércio exterior e, diante da desaceleração da economia mundial, esse é um fator que pesa. Não é à toa que, no segundo trimestre, as exportações capixabas recuaram 10,1% em relação aos três primeiros meses do ano.

Por mais que alguns sinais positivos já apareçam na economia brasileira, como o encaminhamento da reforma da Previdência, a liberação de recursos do FGTS e a MP da Liberdade Econômica, eles não foram suficientes até aqui para resgatar o crescimento e a confiança das empresas de tirarem os investimentos do papel.

Tanto é que a previsão do PIB nacional, feita por analistas no Boletim Focus para o encerramento deste ano, está em 0,83%, bem abaixo dos 2,53% projetado pelo mercado em janeiro. No Espírito Santo, inicialmente havia uma perspectiva de alta no mesmo patamar do percentual registrado em 2018, de 2,4%, ou até um pouco acima disso. Mas diante dos números divulgados até o momento, a previsão feita pelo Santander – de crescimento de 1,8% em 2019 – pode sequer ser alcançada.

Como observou o presidente do IJSN, Luiz Paulo Vellozo Lucas, durante a apresentação dos dados do PIB, a recuperação vem sendo lenta e, por mais otimismo que se possa ter, as incertezas políticas continuam presentes e persistentes no país.

Âncora

O desempenho ruim da indústria no primeiro semestre deste ano tem sido o principal responsável por segurar o avanço do PIB. Depois de cair 10,1% no primeiro trimestre, esse segmento voltou a performar negativamente de abril a junho, com recuo de 7,3%, em ambos os casos em relação ao trimestre anterior.

A indústria extrativa, em especial, não vai bem. Petróleo, celulose e mineração, que têm forte peso na economia capixaba, amargam redução na produção e, no caso da celulose, ainda há a queda do preço da commodity no mercado internacional. Nas áreas de mineração e siderurgia, paradas programadas nas plantas industriais foram o motivo principal para o resultado.

O ponto negativo é que no curto prazo não há perspectiva de uma grande reversão deste cenário. Em 2019, ainda não veremos a produção de petróleo e gás aumentar nem novos players começarem a produzir. Por mais que esse mercado esteja se abrindo e atraindo novos negócios, ele tem uma maturação de médio e longo prazos.

No segmento de papel e celulose, ainda não está muita clara qual será a política e a estratégia que a Suzano vai adotar no Estado. Desde a compra da Fibria, a empresa pouco falou sobre a unidade de Aracruz. O que se sabe é que a produção caiu significativamente e que a companhia também enfrenta a escassez de oferta de eucalipto, o que acaba aumentando o seu custo de produção na planta capixaba.

Força

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Por outro lado, o fôlego vem das famílias. Mesmo que o nível de emprego e a capacidade de consumo ainda estejam bem abaixo do desejado, a geração de postos de trabalho formal, o aumento da renda, a maior capacidade de compra e a redução na taxa de inadimplência ajudaram a economia capixaba a sair do vermelho, condição que registrou nos trimestres passados. Dessa forma, comércio e serviços tiveram boas atuações, com altas de 2,3% e 0,9%, respectivamente. O sinal que vem desses setores é positivo, mas ainda insuficiente para transmitir a confiança de que a economia capixaba caminha para um crescimento sólido.

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