Discutir a educação no Brasil e a implementação de ações práticas de reversão dos baixos índices de aprendizagem me parece ser a melhor saída para melhoria do nosso país. O Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que até 2024, ou seja, no próximo ano, pelo menos 25% dos alunos da educação básica estejam em escolas de tempo integral. Só para efeito de comparação, no ano passado esse percentual foi de 20,4 alunos no ensino médio, segundo o Inep.
Os desafios de mudar a matriz do ensino para uma educação integral são gigantescos. Já faz bastante tempo que se discute e se tenta implantar no Brasil modelos curriculares respeitando os direitos da criança e do adolescente por uma educação de qualidade e, nesse contexto, está incluído o ensino em tempo integral.
Não é de hoje que várias tentativas, muitas vezes isoladas, vão nesse sentido: os CIEPs do governo do Estado do Rio na década de 80, idealizados por Darci Ribeiro, as Escolas Técnicas Rurais e aqui no nosso Estado, temos a iniciativa do governo, na era Paulo Hartung, com a Escola Viva e atualmente com as escolas de tempo integral.
Não podemos esquecer que o formato da escola em tempo integral consiste na aprendizagem dos conteúdos previstos na base curricular, mas que também outras experiências de estudo servem para acrescentar ao conhecimento, associado ao prazer de aprender e de atividades complementares. É essa vivência que fundamenta a necessidade de uma escola em tempo integral.
A implementação das propostas e ações para uma educação de qualidade dependerá não só da vontade política, mas também do investimento do governo federal. Essas metas não serão alcançadas somente com o esforço dos governos municipais e estaduais. Além disso, uma ampla discussão deve ser provocada na sociedade. É necessário o envolvimento dos professores, dos pais, organizações, comunidades e de outros setores públicos: saúde, segurança, trabalho, assistência social, habitação e cultura.
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