> >
Dorival Jr. é menos um problema, mas caos no ciclo para a Copa é culpa da CBF

Dorival Jr. é menos um problema, mas caos no ciclo para a Copa é culpa da CBF

Novela Carlo Ancelotti sem final feliz, Ramon Menezes de interino, Fernando Diniz na Seleção e no Fluminense simultaneamente, e fracasso com Dorival Júnior. Gestão da Seleção rumo à Copa de 2026 é trágico e ainda tem futuro indefinido

Publicado em 29 de março de 2025 às 06:00

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Ednaldo Rodrigues foi reeleito neste mês para mais um mandato à frente da CBF
Ednaldo Rodrigues foi reeleito neste mês para mais um mandato à frente da CBF. (Staff Images / CBF)
Autor - Filipe Souza
Filipe Souza
Editor de Esportes e colunista / fsouza@redegazeta.com.br

Dorival Júnior não é mais o técnico da Seleção. Essa é a resposta imediata da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ao vexame que foi a derrota para a Argentina na última terça-feira (25), no estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. Mas e qual é a resposta para o circo que até aqui é o ciclo para Copa do Mundo de 2026? Qual é a resposta para o futuro? Quem vai comandar o time canarinho?  

À frente da entidade máxima do futebol brasileiro desde agosto de 2021 e já reeleito aclamado pelas federações de futebol do país para o mandato 2026-2030, Ednaldo Rodrigues deve explicações sobre os fracassos de todas as seleções brasileiras neste período, salvo apenas a prata da Seleção feminina em Paris-2024, sobre as escolhas questionáveis para técnico da Seleção masculina desde a saída de Tite após a Copa do Mundo do Catar, e sobre como será a organização nesse pouco mais de um ano que precede a Copa. Porque até o momento, sua gestão é caótica.  

Em março de 2023, Ramon Menezes estreou à frente da Seleção como interino. A promessa da CBF é que o treinador ficaria no cargo até a chegada do italiano CarloAncelotti. Entretanto, o desempenho do técnico foi muito abaixo, o que levou a CBF a apostar em Fernando Diniz. Anunciado em julho, Diniz se dividia entre o Brasil e o Fluminense. Tava na cara que não daria certo, e logo se tornou um fracasso, o que o fez ser desligado do cargo em janeiro de 2024. A CBF, que à época aguardava um parecer positivo de Ancelotti, viu o italiano renovar com o Real Madrid. Ou seja: novela com final dramático. Dorival foi a solução encontrada, mas novamente os resultados não vieram. 

Todavia, como a vida tem que seguir, a CBF já se movimenta para escolher um novo treinador para o Brasil. E adivinhe quem voltou à pauta? Sim, Carlo Ancelotti, que já não veio uma vez, só aceitaria negociar após o Super Mundial de Clubes, e pode não vir outra vez. Outra opção é o português Jorge Jesus, que já manifestou interesse de comandar a Seleção. Porém, suas rusgas com Neymar podem atrapalhar essa negociação. Sem convicções, a CBF parece estar mais uma vez perdida no objetivo de deixar a Seleção no mínimo competitiva em um futuro próximo.

Coleção de fracassos

Sob o comando de Ednaldo Rodrigues, o futebol brasileiro coleciona insucessos. A Seleção principal foi eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, em 2022, de lá para cá faz sua pior campanha na história de uma edição das Eliminatórias. Nos últimos dois anos, o Brasil venceu 10 jogos em 25 disputados. Na base, a Seleção sub-20 foi eliminada do Mundial por Israel nas quartas de final no Mundial de 2023, enquanto no sub-17 mais uma eliminação para a Argentina. O time canarinho conseguiu a proeza de não se classificar para as Olimpíadas de Londres. 

Já no futebol feminino, em 2023, a Seleção fez uma de suas piores campanhas em Copas do Mundo. Foi eliminada ainda na primeira fase. O que não acontecia desde 1995. Mas foi dos pés das brasileiras que veio o melhor resultado da gestão Ednaldo: uma medalha de prata nos Jogos de Paris. Porém, ainda assim muito pouco no contexto geral para uma camisa tão pesada no futebol mundial. 

E mesmo em meio a tudo isso, Ednaldo Rodrigues foi reeleito ao comando da CBF. As federações, que se recusaram a ouvir as propostas de Ronaldo Fenômeno, aplaudem esse momento do futebol brasileiro. Muitos dos clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro também chancelam a gestão de Ednaldo. Parece que estamos no país das maravilhas, mas, na verdade, é um pesadelo bem longe do fim.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais