País com um dos maiores índices de mortes relacionadas ao futebol por conta do confronto de torcidas organizadas, o Brasil tragicamente segue aumentando esses números. Na última quarta-feira (19), morreu o capixaba Roberto Vieira de Almeida. Torcedor do Flamengo, ele foi agredido covardemente por torcedores do Peñarol-URU, quando o ônibus de sua excursão parou na Praia do Leme, na orla do Rio de Janeiro. O grupo foi atacado pelos uruguaios, e Roberto foi ferido na cabeça e encaminhado em estado grave para um hospital da região. Esse ato de violência foi praticado no dia 3 de abril do ano passado. Após ficar dez meses internado, o capixaba não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Na época, 151 torcedores foram detidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. A grande maioria foi liberada e apenas três foram presos, mas tiveram a prisão substituída por medidas cautelares. Eles pagaram fiança de R$ 50 mil e são obrigados a permanecer no país enquanto o caso tramita. Mas a pergunta que importa é a seguinte: até quando o torcedor que só está interessado em ver o espetáculo que o futebol proporciona estará vulnerável à ação de bandidos travestidos de torcedores? Dessa vez foram uruguaios, mas já cansamos de ver torcidas organizadas brasileiras fazerem a mesma coisa e saírem impunes.
Equivocadamente, a discussão no Brasil fica limitada à organização de clássicos com torcida única. Estratégia que decreta a incapacidade da segurança pública do país, que assume não conseguir conter os baderneiros e prefere privar o torcedor de ver sua equipe em campo. Quando buscam outra alternativa, acabam punindo os clubes e nunca os indivíduos responsáveis.
É muito triste pensar que Roberto, que era organizador de excursões há mais de 40 anos para jogos de futebol, tenha morrido de forma tão trágica. É revoltante! Era apenas mais um torcedor que queria ver o time do coração jogar uma partida importante na Libertadores e foi interrompido por bandidos.
Hoje as pessoas têm medo de frequentar estádios. As cenas de violência provocadas por torcedores só afasta as famílias de algo que era para servir como entretenimento. Já passou da hora de as autoridades encontrarem uma resolução para esse problema: punições exemplares aos responsáveis para que tragédias como essa não voltem a se repetir.
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