Digerir uma eliminação não é uma tarefa das mais fáceis. No caso do Vitória, pela forma como o time se despediu da Copa do Brasil, será mais difícil ainda. Consigo imaginar como jogadores, torcedores e os demais amantes do futebol capixaba remoem seus pensamentos ao lembrar que o Alvianil, que jogava em casa empurrado pelos gritos que ecoavam da arquibancada e que teve um homem a mais durante todo o segundo tempo, não foi capaz de chegar ao gol. E no fim, quando a disputa de pênaltis já despontava como um caminho, sofreu o golpe fatal em uma bola que rolou mansamente para o gol aos 47 minutos do segundo tempo. Anticlímax total no Salvador Costa: 1 a 0 Figueirense e fim ao sonho de avançar na competição nacional.
Não foi a primeira vez que um time capixaba perdeu em um contexto dramático. Os mais experientes irão afirmar, infelizmente, que até já estão anestesiados. Pior do que a dor de não alcançar um objetivo, é ter a sensação que ele poderia ter sido alcançado, mas escapou por entre os dedos. O quase é muito cruel. Mas não há tempo para o luto, a temporada segue, e como segue. O Capixabão está aí e a Série D do Campeonato Brasileiro já bate a porta com seu início no dia 03 de maio. Há a necessidade de assimilar o duro golpe e corrigir os erros para voltar forte.
Se é a derrota que proporciona os maiores aprendizados, o Vitória tem algumas boas lições para tirar da Copa do Brasil. O desempenho na competição expõe que há qualidade para se permitir sonhar com voos mais altos, mas também escancara algumas limitações do elenco e decreta que em competições nacionais é preciso mostrar muito mais do que é apresentado a nível local para obter sucesso.
O cenário, óbvio, não é de terra arrasada. Bem longe disso. Mas precisa de uma repaginação para o Alvianil se permitir sonhar com o acesso à Série C. Para suprir algumas deficiências é necessário se reforçar bem: pelo menos com um definidor de jogadas e um homem de criação, algo que ficou explícito estar em falta. Diante do Figueirense, com um a mais em campo, o técnico Rodrigo Fonseca apostou em atacantes para deixar o time mais agressivo, mas ainda assim nem boas chances de gol foram criadas. Faltaram peças.
É nítido o potencial do elenco, que é cobrado justamente por isso, por ter condições de dar resultados. Com os ajustes necessários e com o aporte financeiro de mais de R$ 1 milhão que entrou nos cofres do clube recentemente, a diretoria tem recursos para fortalecer a equipe para a Série D, que é a competição mais importante do ano. É hora de refletir sobre o que aconteceu e se preparar para ficar ainda mais competitivo.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta